Veja trecho destacado do discurso do presidente em Suape E hoje é com muito orgulho que eu estou aqui lançando a pedra fundamental de uma empresa importante como a Fiat, que resolveu vir para o Nordeste não porque o Lula é pernambucano ou porque o Eduardo Campos tem os olhos azuis, não é por isso.

Ela veio para cá porque, inteligente do jeito que é, a direção da Fiat tem estudos sobre o desenvolvimento do Nordeste brasileiro.

E ela sabe que esta região aqui, que aparecia nos gráficos do IBGE como a região que tinha apenas mais analfabetos, mais desnutrição, mais mortalidade infantil e mais desgraça, esta região agora aparece… já temos quatro vezes mais doutores do que a gente tinha oito anos atrás, doutores formados.

Já temos indústria naval, já temos indústria petroquímica, já temos muitas escolas técnicas e já temos muitas escolas profissionais formando cada homem e cada mulher, para que as pessoas entendam que um matuto que corta cana não produziu um carro porque ainda não deram chance a ele de produzir um carro.

Mas vocês vão ouvir, daqui a dois anos, o presidente da Fiat vir aqui e dizer que não tem lugar nenhum do mundo que tenha trabalhador mais qualificado, mais preparado e mais produtivo do que os trabalhadores de Pernambuco e os trabalhadores do Nordeste brasileiro.

Meus queridos companheiros, o que nós fizemos foi apenas um sinal para que a companheira Dilma continue esse processo.

Nós não queremos tirar nada de nenhuma região do país.

Nós não queremos tirar nenhum emprego da Fiat de Minas Gerais.

Nós não queremos tirar um emprego da indústria automobilística de São Paulo.

Nós não queremos tirar um emprego da indústria automobilística do Paraná ou do Rio Grande do Sul.

Nós apenas queremos que o Norte e que o Nordeste tenham a mesma oportunidade que eles já tiveram e terem a mesma coisa.

Tem um tipo de gente no Brasil que é tão preconceituoso que ele é capaz de frequentar o mesmo salão a vida inteira; se um dia ele vir uma pessoa que ele conheceu pobre frequentando o seu salão, ele é capaz de mudar, quando ele deveria dar graças a Deus de ter um companheiro a mais no seu salão, dançando com ele qualquer que seja a música que esteja tocando.

Não era possível o Brasil continuar dividido entre o país miserável exportador de desempregados para o restante do Brasil e o Brasil que recebia quase tudo.

Pois bem, nós chegamos hoje, Eduardo, e eu vou dar os números aqui.

O PAC prevê investimentos, na Bahia, de R$ 41 bilhões; em Pernambuco, R$ 34 bilhões; no Ceará, R$ 22 bilhões; em Sergipe, R$ 9 bilhões; em Alagoas, quase R$ 10 bilhões; no Rio Grande do Norte, R$ 12,8 bilhões; no Maranhão, fora a refinaria, R$ 13 bilhões; na Paraíba, R$ 9 bilhões; no Piauí, R$ 7 bilhões.

Isso, sem contar a Transnordestina, sem contar o Canal do São Francisco, sem contar a refinaria de Pernambuco, sem contar a refinaria do Maranhão, sem contar a refinaria do Ceará.

Ou seja, são investimentos que nós vamos colher ao próximo tempo, fora o PAC 2, que já foi anunciado e que a companheira Dilma vai administrar.

Estamos fazendo isso pelo Nordeste porque achamos que é preciso elevar o Nordeste ao mesmo patamar dos outros países [ESTADOS]do Sul, do Sudeste e do Centro-Oeste, para que este país seja mais igual, seja mais justo com os seus filhos e que todos tenham oportunidade.

A Fiat agiu corretamente quando resolveu se instalar no Nordeste brasileiro.

E se depender de mim, Eduardo, sendo presidente ou não, outras empresas irão se instalar em outros estados brasileiros [NORDESTINOS], porque o Nordeste precisa de mais indústria.

Precisa de mais indústria naval, de indústria siderúrgica, de indústria petroquímica, de indústria têxtil.

O Nordeste precisa de mais empregos porque nós temos que recuperar as décadas perdidas a que nós fomos legados à miséria.

Eu não esqueço a razão pela qual eu saí da minha Caetés no dia 13 de dezembro de 1952.

A causa chamava-se “fome”.

E nós não queremos que isso aconteça mais com o Nordeste.

Nós queremos que nordestino vá para São Paulo a turismo, paulista venha para cá a turismo, paulista [NORDESTINO]vá conhecer o desenvolvimento de São Paulo, paulista venha conhecer o que é a costa de Pernambuco, a costa do Ceará, a costa da Paraíba, mas que a pessoa não seja obrigada a correr, a troco de um prato de comida, como nós corremos em mais da metade do século XX neste país.