Bernardo Mello Franco, da Folha de São Paulo O presidente Lula pretende inaugurar seu instituto até o fim de abril.

Ele sugeriu a assessores que usem a estrutura de sua antiga ONG, o Instituto Cidadania, para acelerar a criação da entidade que comandará após deixar o Palácio do Planalto.

O plano é aproveitar o registro da ONG, que foi desativada depois da sua posse, para fazer pagamentos e contratar os primeiros funcionários do futuro Instituto Lula.

Segundo o ministro Paulo Vannuchi (Direitos Humanos), o presidente sairá de férias logo após transmitir o cargo a Dilma Rousseff, mas já cobrou pressa na montagem da nova entidade.

Os dois conversaram sobre o tema na semana passada, disse Vannuchi. “É coisa de três a quatro meses”, afirmou ele, sobre o prazo fixado por Lula para a inauguração.

A avaliação de encarregados do projeto é que a burocracia exigida pelo próprio governo para a abertura da entidade, que deve ser registrada no Ministério da Justiça, frustraria o cronograma traçado por Lula.

NOVA SEDE Além do CNPJ, o novo instituto usará inicialmente o prédio do Cidadania, no bairro do Ipiranga.

No entanto, o presidente descartou o uso do imóvel como sede de seu futuro escritório. “Não pode ser lá”, afirmou o ministro, que presidiu a antiga ONG e acompanhará o presidente no Instituto Lula.

Ainda segundo Vannuchi, foi descartada a compra de um prédio de três andares próximo ao parque do Ibirapuera, como a Folha antecipou em novembro.

O titular da Secretaria Especial dos Direitos Humanos afirmou que Lula ainda não fechou questão sobre as áreas em que atuará depois de deixar a Presidência.

Ele disse que o projeto nasceu mais voltado para a política internacional, mas voltou a ser direcionado a assuntos domésticos nas últimas discussões. “É mais Brasil, mais mundo?

Isso ainda está indefinido”, comentou.

Além de Vannuchi, o ministro Luiz Dulci (Secretaria-Geral da Presidência) também deve deixar o primeiro escalão do governo para assessorar o chefe no instituto.

O presidente ainda deve levar a assessora especial Clara Ant e o presidente do Sebrae, Paulo Okamotto.