Do Jornal do Commercio WASHINGTON – Organizações de defesa dos direitos dos gays e das lésbicas, autoridades do governo e celebridades dos Estados Unidos comemoraram ontem a autorização para homossexuais assumidos servirem nas Forças Armadas americanas.
Considerada uma mudança histórica no país, a medida foi aprovada no sábado pelo Senado e se tornará lei no decorrer da semana com a sanção do presidente dos EUA, Barack Obama, um de seus principais defensores. “Esse voto representa um passo histórico para este país e provavelmente será um momento de mudança de vida para os soldados gays e lésbicas”, afirmou Alexander Nicholson, diretor-executivo da Service Members United, principal organização americana de defesa dos direitos de homossexuais veteranos e ativos nas Forças Armadas.
Outro defensor da mudança, o secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, disse não antever problemas nas tropas com o ingresso de gays e lésbicas assumidos. “Estou convencido que os Estados Unidos podem acomodar e aplicar essa mudança com sucesso, assim como fizemos em outros casos”, afirmou, por meio de nota. “É tempo de corrigir um erro e colocar os militares em linha com os melhores valores americanos”, afirmou o senador independente Joseph Lieberman.
Musa da comunidade gay a ativista pelos direitos dos militares homossexuais, a cantora Lady Gaga afirmou não poder conter as lágrimas e estar “orgulhosa de ser americana”, em mensagem no Twitter.
O cantor Ricky Martin celebrou a iniciativa como um “passo para a igualdade” e resultado de uma “histórica” votação.
A lei “Não pergunte, Não conte”, de 1993 permitia a presença de homossexuais nas Forças Armadas, mas apenas se não fossem identificados como tais.
Nesses 17 anos, a vigência da medida resultou na expulsão de mais de 14 mil militares americanos.