Edson Sardinha e Eduardo Militão, do Congresso em Foco As organizações não governamentais são as estrelas do novo escândalo do orçamento, que desvia recursos públicos de emendas parlamentares para o Ministério do Turismo destinadas a financiar festas, forrós, carnavais e outros eventos.
Essas ONGs são contratadas para fazer eventos que, ao final, revelam várias irregularidades.
Há desde superfaturamento, ações não comprovadas na prestação de contas até a não realização mesmo do evento.
No final, toda a lista de festas e eventos contestados resulta numa cobrança pelo Ministério do Turismo de R$ 67 milhões de volta, como antecipou este site.
Na maioria dos casos contestados, são ONGs que receberam dinheiro do Ministério do Turismo, com o apoio de emendas de deputados e senadores, para organizarem os eventos.
Mas a lista, divulgada hoje (15) com exclusividade pelo Congresso em Foco, também tem um número expressivo de prefeituras.
O governo cobra, em média, R$ 146 mil de cada convênio considerado irregular.
A lista tem diversos devedores famosos.
A escola de samba Portela, do Rio de Janeiro, por exemplo, é cobrada a devolver R$ 525 mil.
De acordo com o Siafi, faltaram documentos para comprovar a aplicação correta do dinheiro na proposta de enredo da escola para o carnaval de 2006.
Naquele ano, o samba enredo foi “Brasil, mostra tua cara”.
O carnaval fora de época de Goiânia foi executado irregularmente em duas edições, segundo dados do Siafi.
O Carnagoiânia de 2005 e 2007 teve problemas na lei de licitações e falta de documentos, razões pelas quais Instituo Goiano do Terceiro Setor é cobrado em R$ 336 mil.
A prefeitura de Picuí, na Paraíba, fez o “Forrozão do povo”, em 2007.
Mas, por falta de documentos complementares, o governo cobra quase meio milhão de reais de volta.
A cidade tem apenas 17 mil habitantes.