Nas altas negociações para a formação do ministério de Dilma, o governador Eduardo Campos deu uma aula de política a futura presidenta e ao ex-ministro Ciro Gomes.

Ao negar interesse em uma vaga na esplanada, Ciro esperava ser chamado pela presidente eleita, enquanto o irmão governador, Cid Gomes, chegou a pleitar vaga na Saúde, que Dilma barrou de pronto.

Ao devolver a bola para Eduardo, na cota do PSB, Dilma pareceu esperar que ele vetasse o nome do cearense, que chegou a causar constrangimento na campanha, antes de abandonar o pleito, pressionado pelo próprio partido.

Ocorre que o socialista Eduardo Campos demonstrou total despreendimento, deixando que Cid Gomes resolvesse com o irmão que posto gostaria de assumir, na cota do PSB, a área de portos somada ao aeroportos ou a Integração Nacional.

Para os socialistas, mais importante do que o nome na porta dos ministérios, é uma boa relação com o principal mandatário, como aconteceu com Lula. “É melhor dar serviço a Ciro (indicando para uma pasta) do que Ciro dar serviço a gente (fora do governo)”, conta uma raposa felpuda do socialismo local, com amplo acesso às negociações.

Assim, o secretário estadual Fernando Bezerra Coelho irá dormir hoje sabendo que acorda ministro, mas não sabe de que pasta.

Pessoalmente, o governador Eduardo Campos demonstra ter preferência pela indicação de FBC para a área de portos e aeroportos, não apenas pela possibilidade de realizar novos e grandes investimetos em Suape, mas também pela possibilidade de desafios que os gargalos para a copa do mundo de 2014 representam para o setor de infra-estrutura aero-portuária.

Só em Suape, calcula-se, há a necessidade de investimentos da ordem de R$ 1 bilhão para a dragagem do porto.