Gilvan Oliveira, do Jornal do Commercio A Associação dos Auditores do Tribunal de Contas do Estado (TCE) reagiu ontem à nota da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), publicada na última sexta-feira (10) nos jornais do Estado.

O documento afirma que os auditores produziram – com base em “suposições” – o relatório prévio da auditoria que investiga contratos da entidade com eventos entre janeiro de 2009 e abril de 2010. “Repudiamos a afirmação de que o relatório seja ‘marcado por suposições’”, declarou o presidente da associação, Adolfo Sá.

Além de que os auditores se basearam em “suposições”, a nota da Fundarpe afirma ainda que eles tomaram como fonte de informação o site da entidade, quando não deveriam.

E que a responsabilidade pela contratação das empresas é dos artistas, que as indicaram.

Em razão do mal-estar com a nota, Sá também informou que cobrou do relator da auditoria na Fundarpe, o conselheiro Marcos Loreto, uma posição do TCE sobre o assunto. “Cobramos uma defesa pública dos servidores”, disse. “Trabalhamos com base em fatos e pesquisas, seguindo critérios técnicos, não com suposições.

Os auditores redigiram relatório tendo notificado os gestores da Fundarpe para apresentarem defesa”, completou.

Segundo o dirigente da Associação dos Auditores, Loreto informou que quem poderia falar em nome do TCE é seu presidente, Fernando Correia, e que não recebeu retorno à sua reivindicação.

O relatório prévio indica uma série de irregularidades na gestão da Fundarpe, entre elas pagamento por eventos que não aconteceram, pagamento de cachês a bandas fictícias e direcionamento de contratos, firmados sem licitação, a empresas com fortes indícios de serem “de fachada”.

O documento aponta que R$ 51 milhões teriam sido gastos com algum vício.

E recomenda a responsabilização por envolvimento nas supostas irregularidades a presidente da entidade, Luciana Azevedo, de 12 servidores da fundação, 26 empresários ou sócios de empresas e 16 firmas de eventos.

O TCE confirmou ontem a inclusão do caso Fundarpe na pauta da 1ª Câmara da próxima quinta-feira (16), junto com a auditoria especial da Empetur, que também versa sobre irregularidades na contratação de eventos.