Por Sheila Borges, no JC Enquanto o governador reeleito Eduardo Campos (PSB) não anuncia a equipe que vai ajudá-lo a administrar o Estado no próximo mandato, aumenta, cada vez mais, o clima de ansiedade entre os auxiliares do chefe do Executivo estadual.

Com a iminente saída de Fernando Bezerra Coelho para o Ministério da Integração Nacional, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico pode ser comandada por um dos dois curingas do governador: Geraldo Júlio (secretário de Planejamento) ou Paulo Câmara (secretário de Turismo).

O primeiro teria um perfil mais próximo do procurado por Eduardo, alguém que tenha bom relacionamento com a classe empresarial e trânsito fácil com o governo federal.

Nenhum dos dois secretários, porém, satisfazem completamente os critérios almejados.

No caso de escolher um dos dois curingas, o próprio governador acompanharia, de perto, o trabalho de articulação da pasta, que assume uma importância ainda maior nos próximos quatro anos em função dos investimentos que chegaram a Pernambuco.

Independentemente da escolha, o futuro secretário de Desenvolvimento Econômico não vai acumular o cargo com a presidência do Complexo Portuário de Suape, como acontece atualmente com Bezerra Coelho.

Eduardo vai mudar isso por compreender que Suape vai precisar de uma atenção exclusiva.

O nome mais forte, no governo, para ocupar essa presidência é o de Aldo Guedes, hoje diretor-presidente da Copergás, órgão ligado à pasta de Desenvolvimento Econômico.

Aldo Guedes teria a “concorrência” do secretário especial de Juventude, Pedro Mendes, que tem demonstrado interesse em ficar com a indicação para a presidência de Suape.

O ex-vereador de Olinda sinaliza que pretende disputar a Prefeitura de Ipojuca nas eleições municipais de 2012 e o cargo daria maior visibilidade.

A maior parte da estrutura de Suape está localizada nessa cidade da Região Metropolitana do Recife.

Mas o nome de Aldo Guedes está na frente na bolsa de apostas.

De qualquer forma, Eduardo continua firme em sua estratégia de só definir o modelo do futuro governo após a composição final dos ministérios da presidente eleita Dilma Rousseff (PT).

O governador pretende fazer uma espécie de verticalização por entender que as secretarias estaduais precisam estar vinculadas à divisão política promovida por Dilma na esfera federal.

Hoje, esse é o formato do quadro administrativo do governador.

Por isso, as vagas que serão concedidas aos partidos aliados nos primeiro e segundo escalões irão depender da composição do ministério.

Cuidadoso para evitar qualquer tipo de fritura, Eduardo não tem falado com nenhum auxiliar sobre o assunto.

Quem tem a ousadia de indagá-lo sobre o futuro secretariado, recebe como resposta um conselho: paciência.

Mas toda a estrutura do próximo governo está delineada na cabeça do chefe do Executivo estadual.

O anúncio só deve ser feito às véspera das comemorações do Natal.