Por Cecília Ramos Apesar de se cercar de cuidados para não atropelar os fatos, o governador e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, confidenciou, ontem à noite, em reunião fechada com poucos aliados, que o secretário de Desenvolvimento Econômico e presidente de Suape, Fernando Bezerra Coelho (PSB), presente na ocasião, foi confirmado ministro na cota do PSB no governo da presidente eleita Dilma Rousseff (PT).

O nome de Coelho é dado como certo na Integração Nacional. “O martelo foi batido”, disse o governador, sem detalhes, ao retornar de Brasília, às 19h30.

Entre os presentes, estavam o vice-governador, João Lyra Neto (PDT), o deputado federal reeleito Fernando Bezerra Filho (PSB) e os prefeitos Lula Cabral (PTB-Cabo de Santo Agostinho) e Renildo Calheiros (PCdoB-Olinda), além do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Guilherme Uchoa (PDT).

A conversa ocorreu no gabinete do governador, no Palácio, minutos antes da cerimônia de assinatura de protocolo de intenções para instalação de uma siderúrgica em Pernambuco (leia em Economia).

No ato administrativo, o prefeito Lula Cabral chegou a saudar Bezerra Coelho como “ministro”.

O secretário fez um discurso em tom de despedida e de agradecimento ao governador e aliados.

Eduardo retornou ontem de Brasília – onde teve duas reuniões com Dilma –, acompanhado de Bezerra Coelho e dos secretários Geraldo Júlio (Planejamento) e Djalmo Leão (Fazenda). À imprensa, o governador disse ter deixado a Granja do Torto, ontem, “com as coisas do PSB resolvidas com Dilma”. “Falamos de lugares e nomes a pedido dela.

Dilma falou o que ia acontecer.

Eu só não posso falar porque o anúncio vai ser feito por ela até a quarta-feira (15)”, afirmou Eduardo, que elogiou a “generosidade” da presidente.

Segundo ele, Dilma não comunicou oficialmente os nomes do PSB ontem porque deseja fazer um anúncio em bloco.

Indagado se Coelho vai para a Integração, esquivou-se, alfinetando o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB). “Não vou cometer erros que outros cometeram.

Se é para errar, que seja com um erro novo”.

Cabral se precipitou e anunciou como ministro da Saúde um nome indicado por ele (Sérgio Côrtes), mas que não se confirmou.

O PSB ficará com o Ministério da Integração Nacional e a Secretaria dos Portos.

Está descartado na cota socialista o Ministério das Micro e Pequenas Empresas.

A pasta seria criada para abrigar o senador eleito Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), e, assim, abrir vaga no Senado ao suplente, o presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra (SE).

Como não se chegou a um consenso, Valadares permanece no Senado e Dutra espera agora outro arranjo.

A pasta de Portos será ampliada, para ter, de fato, orçamento de ministério.

Eduardo deixou “no ar” o futuro do deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE), que retirou sua candidatura presidencial a pedido do presidente Lula.

Ontem, o nome de Ciro voltou a ser cotado para o Banco do Nordeste, mas Ciro estaria interessado no BNDES.

Questionado sobre o rumo do aliado, o governador resumiu: “Não posso falar sobre nomes”.