Por Ana Laura Farias, do Blog de Jamildo A Philips fechou, oficialmente, as portas hoje.
A fábrica possuía 500 trabalhadores.
Um deles é Rinaldo Ferreira Pontes, 34 anos, 16 destes dedicados à Philips. " Esse foi meu primeiro emprego.
Estou com muito medo.
Não sei o que é o mercado aí fora", comenta.
O operador de máquina acredita que houve descaso por parte do governo. " O governador Eduardo Campos foi extremamente omisso.
Não esperava isso.
Quinhentas pessoas na rua e o Governo não faz quase nada", critica.
A Philips está oferecendo alguns cursos profissionalizantes, em parceria com o SESI e o Senai.
Rinaldo vai fazer curso técnico de eletricidade.
Alguns trabalhadores se declaram conformados com a situação. “Foi uma surpresa, mas não temos o que fazer”, diz José Maria Monteiro, 54.
Eles dizem que a Philips está cumprindo os acordos e pagando “as indenizações nos conformes”.
O que surpreendeu boa parte do estado foi o fato de a fábrica encerrar as atividades em um momento de expansão econômica como a atual.
No local onde hoje está localizada a fábrica, no Curado, Zona Oeste do Recife, vai funcionar uma central de distribuição, dos produtos importados da Europa.
A fábrica abrigava profissionais de diferentes perfis.
Aposentados que tinham o emprego como segundo rendimento, recém-contratados e pessoas que já estavam pensando em se aposentar. “Eu, agora, estou no fim da minha vida profissional”, diz Manoel Félix, 54.
Naildo Rodrigues, 38, diz que o fechamento da Philips foi uma surpresa para todos. “Estou péssimo.
Ninguém esperava que isso pudesse ocorrer”, comenta.
Os trabalhadores mais recentes também irão receber indenização. É o caso de Gediane Pereira dos Santos, 35, 3 meses na fábrica, que reclama da forma como receberam a notícia. “Foi muito em cima da hora.
A gente esperava que a direção comunicasse com, pelo menos, uns dois meses de antecedência.
A operadora de produção é casada e tem nível médio.
O salário dos operadores de produção era de R$ 700,00.
Gediane já começou em outro emprego.