Do Jornal do Commercio A ex-prefeita de Olinda (dois mandatos), deputada federal eleita e vice-presidente nacional do PCdoB, Luciana Santos (PCdoB), foi convidada a assumir o Ministério dos Esportes no lugar do atual ministro, Orlando Silva (PCdoB), mas a troca não é avalizada pelo partido.

A sugestão para a mudança partiu da própria presidente eleita, Dilma Rousseff (PT).

Luciana confirmou a informação, ontem, ao JC. “Dilma comunicou a indicação ao presidente nacional do PCdoB (Renato Rabelo), na sexta-feira (3)”, disse a ex-prefeita, que retornou ontem de Brasília, mas sem a resposta.

Há forte resistência em setores do PCdoB a essa troca.

Apesar do pedido expresso da presidente, a decisão da cúpula do PCdoB – já comunicada a Dilma – é a de manter Orlando Silva.

Os pós-comunistas argumentam que o ministro faz um bom trabalho e teria deixado de concorrer a um mandato de deputado federal pelo Rio, atendendo a um pedido do presidente Lula.

A resposta de Dilma ao PCdoB era aguardada para ontem, mas a presidente não se manifestou.

A proposta de Dilma é nomear Luciana no ministério e realocar Orlando para um cargo recentemente criado por Lula: o de Autoridade Pública Olímpica.

A APO é uma das garantias oferecidas pelo Brasil ao Comitê Olímpico Internacional (COI) durante a candidatura da cidade do Rio de Janeiro para sediar os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016.

A deputada federal Manuela D´ Ávila (PCdoB-RS) também foi cogitada para a vaga de Orlando, mas o plano do PCdoB para a parlamentar é lançar sua candidatura à Prefeitura de Porto Alegre em 2012.

Na reta final do loteamento político do primeiro escalão de seu governo, Dilma decidiu fazer uma pressão pessoal para atingir a cota de um terço de mulheres (entre 10 e 12) no ministério.

Dentro desse critério, Dilma antecipou a aliados que deseja nomear Tereza Campelo – que atualmente é coordenadora de Projetos Estratégicos da Casa Civil – para o Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

Mas a maior dificuldade para que Dilma atinja a cota feminina está nos próprios partidos, inclusive o PT.

Apesar dos apelos, o PMDB e demais aliados também não indicaram mulheres.

Até o momento, Dilma já nomeou quatro mulheres: Miriam Belchior, para o Planejamento, a deputada Maria do Rosário (PT-RS), Secretaria de Direitos Humanos, a senadora Ideli Salvatti (PT-SC), Ministério da Pesca, e a jornalista Helena Chagas, Secretaria de Comunicação.

PSB Presidente nacional do PSB, o governador Eduardo Campos retorna hoje ao Recife, após mais uma rodada de negociação com Dilma. É esperado o anúncio do nome do secretário Fernando Bezerra Coelho (PSB), para o Ministério da Integração Nacional.

Coelho está há dias na vitrine, mas sem confirmação.

O PSB também indica o deputado federal Márcio França (SP) para a Secretaria de Portos, e briga por um segundo ministério, que poderia ser Cidades ou Cultura.

São vários os impasses nas negociações.

A Integração está sendo disputada pelo PT.

A cúpula socialista também não aceita como cota do partido o nome do senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) para o 1º escalão.

O parlamentar, por sua vez, não quer o Ministério das Micro e Pequenas Empresas para dar seu lugar no Senado ao suplente – o presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra (SE).

Até o fechamento desta edição, às 23h, Eduardo negociava com Dilma na Granja do Torto, em Brasília.

A reunião começou às 20h, sem desfecho oficial anunciado.