POr Luciano Siqueira Dilma e Eduardo (e um penca de novos governadores) tocam a transição do atual para o novo governo.

Mesmo no caso de Eduardo, reeleito, os próximos quatro anos não serão sequer semelhantes aos quatro primeiros: há mudanças importantes na cena mundial, com repercussões em nosso país; e há, naturalmente, o desafio de não apenas continuar, mas superar a obra já realizada.

Daí decorre a transição, categoria na qual se enquadra uma gama de procedimentos de natureza vária, sendo o foco das atenções a chamada dança das cadeiras.

Ministros permanecem, mudando de posição ou não; ministros saem; novos ministros chegam.

Idem em relação a secretários de Estado e ocupantes de postos de destaque em empresas estatais.

Esse é um movimento em si benéfico.

Estabelecida a linha de governo, configurada no programa, trata-se de escalar os melhores, ou que assim pareçam aos olhos dos governantes.

Mas tem um detalhe que pesa muito, sobretudo para o evolver do governo. É que os nomes escolhidos devem, pelo menos em tese, expressar o cruzamento de critérios técnicos e políticos.

Nem sempre é fácil encontrar técnicos com habilidade política ou políticos hábeis com humildade e sensibilidade suficientes para recorrer aos técnicos para lastrear o seu trabalho.

Também não é fácil, ao frigir dos ovos, produzir um elenco que faça todos os partidos e segmentos sociais mais ativos se sentirem partícipes do governo.

Bom, melhor ter esses problemas para administrar do que amargar a derrota eleitoral.

Disso não há dúvida.

Mas quem se colocar no lugar da presidenta ou do governador haverá de perceber que a empreitada não é fácil.

Daí ser recomendável aos integrantes da base governista, aqui e alhures, preservar a confiança depositada na presidenta e no governador e, preliminarmente, contribuírem para que prevaleça um clima de tranquilidade na montagem das equipes de governo.

De outra parte, aos eleitos certamente cumpre ter em conta a amplitude e a pluralidade das coligações que lideraram na campanha e, com equilíbrio e bom senso, combinarem os interesses e as aspirações do partido hegemônico com os interesses e as aspirações dos aliados.

E, desse modo, evitarem assimetrias acentuadas, inconvenientes, que venham a comprometer a unidade da sua base de sustentação e a governabilidade.

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