Cecília Ramos, do Jornal do Commercio Presidente nacional do PSB, o governador Eduardo Campos (PSB) confirmou à imprensa, ontem, em Brasília, que conversará com a presidente eleita Dilma Rousseff (PT), esta semana, sobre a participação do partido no novo governo.

Mas não informou dia e horário.

Esquivando-se de dar detalhes, declarou que o PSB “não tem a apresentar uma demanda específica” por algum ministério.

Até aqui, o dirigente ainda não admitiu, em público, a possibilidade de o partido assumir o Ministério da Integração Nacional, que o governo Dilma põe na cota socialista.

Mas ontem ele disse negociar cargos do segundo escalão ligados à pasta. “O que os governadores do Nordeste têm feito, a pedido de Dilma, é pensar uma série de políticas para a região nesses próximos quatro anos.

E também uma forma de sugerir a ela a composição de órgãos regionais importantes, para que nenhum Estado ou partido isoladamente tenha o controle desses órgãos, mas que seja algo de profissionais".

Eduardo citou o Banco do Nordeste, a Chesf, a Sudene e a Codevasf.

Os dois últimos órgãos são subordinados ao Ministério da Integração Nacional.

O governador não mencionou mas também está em negociação a superintendência do DNOCS (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas).

Atualmente, o Banco do Nordeste e o DNOCS estão nas mãos de governistas do Ceará, a Sudene e a Codevasf, com a Bahia, e a Chesf, com o PSB de Pernambuco.

Indagado sobre o fato desses órgãos serem ligados à Integração, Eduardo esquivou-se. “Qual o ministério que no entender da presidente Dilma vai caber à composição do PSB ou alguém do PSB sugerir, cabe a ela dizer.

Não ouvi dela ainda, então não vou tomar iniciativa de dizer”.

Os repórteres insistiram perguntando sobre o Ministério de Desenvolvimento Agrário e o de Desenvolvimento Social, e foi quando Eduardo explicou: “A pauta do PSB com a presidente é uma.

A da presidente com os governadores do Nordeste é outra”.

O PSB pleiteia até três ministérios.

Já governadores nordestinos (PE, BA, CE, PI, SE) almejam um representante da região que mais deu voto a Dilma no País.

Vice-presidente nacional do PT, o senador eleito Humberto Costa está na briga por um ministério para o PT de Pernambuco.

Mas lamentou o fato de as negociações ministeriais não terem avançado. “Não tem como definir quem vai ficar com Codevasf, Chesf, etc, senão está claro quem vai ficar com a Integração nacional, o Desenvolvimento Agrário…”, explicou o petista.

Humberto só retornará a Brasília no dia 15, quando o presidente Lula realizará um evento de balanço dos oito anos de governo.

A data é também o prazo estabelecido por Dilma para anunciar o ministério quase completo.

Eduardo – que ontem discursou na solenidade de anúncio de obras do PAC-2 (leia em Economia) – segue hoje em Brasília. Às 13h, abre o seminário do PSB “Os desafios dos governos socialistas - Experiências estaduais bem sucedidas”, no Centro de Convenções Brasil 21.

Sobre a reunião com Dilma, disse que “não tem dia e nem hora” ainda marcados.

Informou que foi o deputado Antonio Palocci (PT-SP), um dos coordenadores da equipe de transição e futuro chefe da Casa Civil, que comunicou o início das negociações para esta semana.