No Jornal do Commercio Mais um ponto de atrito está surgindo na já desgastada relação do futuro governo com o PMDB e com o ex-ministro Geddel Vieira Lima, do PMDB baiano.

A Infraero, foco permanente de denúncias e uma das mais cobiçadas estatais, pelo volume de verbas que movimenta, está fora da partilha política e, portanto, sem chance de ser entregue a um peemedebista, como quer o partido.

A presidente eleita, Dilma Rousseff, decidiu que vai chamar um superexecutivo do mercado para comandar a empresa encarregada de preparar os aeroportos brasileiros para a Copa do Mundo em 2014.

Ela deverá criar a Secretaria de Aviação Civil, que abrigará a Infraero, cujo orçamento para 2011 é de R$ 1,2 bilhão.

Hoje, a presidente Dilma e o ministro da Defesa, Nelson Jobim, se reúnem para tratar do assunto.

A ampliação e o reforço da segurança nos aeroportos brasileiros com vistas à Copa e, depois, às Olimpíadas de 2016 são dois dos maiores desafios do governo.

A presidente eleita espera encontrar um técnico que desate os nós da ineficiência da estatal.

Para integrantes da equipe de transição, muito mais do que as denúncias de corrupção, os problemas da Infraero são resultado de falhas na administração e do grande aparelhamento político nos últimos anos.

A disputa em torno da Infraero tornou-se mais acirrada porque o ex-ministro da Integração Nacional Geddel Vieira Lima, derrotado nas eleições ao governo da Bahia, decidiu pleitear o comando da estatal na divisão de cargos entre PT e PMDB para a formação do governo Dilma.

Geddel ainda tem influência em parcela considerável do PMDB.

A ideia de Dilma de criar a Secretaria de Aviação Civil está dentro do propósito de profissionalizar a Infraero.

A pasta, desvinculada do Ministério da Defesa, administraria a aviação comercial.

O setor tem crescido de forma exponencial nos últimos anos e a estrutura existente, abrigada na Defesa, não tem tido força suficiente para responder às crescentes demandas de passageiros e empresas.

A área é estratégica nesta fase de preparação para a Copa e as Olimpíadas.

Nelson Jobim concorda com a mudança.