Na Veja Desde sua criação, em 2003, o programa Bolsa Família ainda não conseguiu tirar da miséria 5,3 milhões de brasileiros.
De acordo com levantamento do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome divulgado nesta segunda-feira pelo jornal O Estado de S.
Paulo, o valor pago pelo governo às famílias beneficiadas - que pode variar entre 68 reais e 200 reais – não foi suficiente para que 42% dos que recebem a ajuda federal saíssem da situação de miseráveis.
Segundo as regras do programa, miseráveis são pessoas que vivem com renda de ate 2,30 reais por dia.
A maioria das 12,7 milhões de famílias beneficiárias do Bolsa Família (58%) têm renda mensal entre 70 reais e 140 reais por pessoa.
Desse total, 35% conseguiram, com a ajuda do programa, sair da situação de extrema pobreza.
Restam, porém, 5,3 milhões de pessoas vivendo na miséria.
Durante a campanha eleitoral, a presidente eleita Dilma Rousseff estabeleceu como uma de suas metas eliminar a “miséria extrema” no Brasil.
Hoje, o Brasil possui 8,9 milhões de pessoas em situação de pobreza extrema, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Social, que comanda o programa.
Em 2010, por causa das eleições, o valor do benefício ficou congelado.
Agora, a equipe de transição de Dilma estuda reajustar o benefício do Bolsa Família acima da inflação.
Uma análise feita pelo governo concluiu que o reajuste de 9% do benefício, com base na inflação acumulada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), não seria suficiente para erradicar a miséria no país.
Para erradicar a pobreza extrema no país, o valor do benefício teria de ser reajustado para duas vezes mais, segundo o jornal. “O piso do benefício teria de ir para 138 reais”, afirmou ao Estado de S.
Paulo Lúcia Modesto, secretária de Renda de Cidadania do ministério. “Está muito acima das nossas possibilidades”.