Por Simone Iglesias, na Folha.com A inauguração do Memorial Darcy Ribeiro, batizado de “beijódromo”, foi marcada por manifestação dos alunos contra o reitor da UNB (Universidade de Brasília), José Geraldo Sousa Júnior e contra a obra.
O presidente Lula também foi alvo dos manifestantes.
Acompanhavam o evento os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e José Mujica (Uruguai).
Enquanto discursava, o reitor foi vaiado e teve que ouvir gritos dos manifestantes, que são estudantes da universidade. “UNB sucateada”, “chega de mentira” e “fora repressão” foram algumas das expressões gritadas em coro pelos alunos.
Quando foi discursar, o ministro da Cultura, Juca Ferreira, pediu um acordo com os manifestantes, que parassem de gritar em respeito a Lula e Mujica. “A hora é de saudar o mestre Darcy Ribeiro”, afirmou Ferreira, que desistiu de discursar por causa do calor.
Disse que publicará seu discurso no site do Ministério da Cultura.
Os manifestantes ensaiaram vaiar o ministro e não suspenderam a manifestação.
O beijódromo custou cerca de R$ 8,5 milhões e ficou pronto em poucos meses.
Por conta da rapidez das obras, os alunos criticavam o fato de a Casa do Estudante não ter ficado pronta como foi prometido pela reitoria.
A cerimônia foi realizada ao lado do memorial e a cobertura montada pela organização do evento era de plástico transparente, o que deixava vazar o sol para os convidados.
DEMAGOGO - Ao começar a discursar, Lula também foi alvo dos manifestantes.
Enquanto falava da biografia de Darcy Ribeiro, os alunos gritavam “demagogo”.
O presidente pareceu irritado e o volume do microfone foi aumentado, abafando a voz dos manifestantes que foram barrados pela segurança e ficaram do lado de fora das grades que separavam o palco e convidados dos alunos da universidade. “Ô Lula, deixa a galera entrar”, gritaram, durante boa parte do discurso presidencial.