Do Blog do Reinaldo Azevedo, da Veja O governador do Rio, Sergio Cabral, voltou a defender, numa entrevista concedida a um canal de TV, a legalização de drogas leves.
Não é a primeira vez que o faz.
Segundo diz, a experiência poderia começar com a maconha — parece que haveria uma escala… Trata-se de uma fala irresponsável, mas muito ilustrativa.
Ele não é o único que acha que esse debate precisa ser feito.
Antes que venham me torrar a paciência, lembro eu mesmo que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso já disse coisa parecida.
E eu o critiquei por isso. É um de seus poucos erros.
Mas, ao menos, teve o bom senso de fazê-lo fora do poder.
A tese continua ruim, mas a circunstância é menos grave.
Cabral não quer parar por aí.
Ele também defendeu a legalização do jogo.
O governador do Rio segue aquela máxima que já enunciei aqui: para ele, a melhor maneira de acabar com os criminosos é legalizando o crime.
Quais outros ele estaria disposto a admitir como um comportamento aceitável, corriqueiro, da sociedade?
Segundo diz, a repressão às drogas mata inocentes e consome recursos que poderiam ser empregados em outras áreas… Ah, bom!
Ora, ou se legalizam todas as drogas, ou o tráfico das que permanecerem ilícitas continuará a matar.
Supor que, uma vez legalizadas, o crime desaparece é uma tolice: os bandidos ociosos se dedicariam a outros ramos da safadeza.
Haveria ainda uma explosão de consumo, o que seria um desastre para a saúde pública.
O crack, droga de pobre e flagelo nacional, enquadra-se da categoria cabralina de “droga leve”?
São argumentos insustentáveis.
Prudente, este gigante do pensamento admite que o Brasil não poderia fazer isso sozinho.
Ele diz que vai sugerir a Dilma que leve o debate para a ONU e para o G-20.
A quatro anos da Copa do Mundo e a seis da Olimpíada, o governador do Rio quer a presidente brasileira como líder do Planet Hemp!
Cabral já está aplicando uma política branca de legalização, conforme apontei aqui — e apanhei muito por isso.
As UPPs são, na prática, unidades de pacificação do tráfico.
Ele continua funcionando muito bem nas favelas ocupadas.
A bandidagem apenas se obriga a ser mais discreta, já que agora conta com a proteção da polícia!.
Cabral é mesmo um homem que não tem medo de agir de acordo com as suas convicções… No fim das contas, Cabral está nos dizendo ser impossível enfrentar tráfico, milícias e polícias corruptas.
Então que seja tudo da lei.
O discurso deste senhor deveria ser enquadrado na categoria de “droga pesada”.