Da Veja Nos últimos dias, o Brasil e o mundo assistiram a uma verdadeira guerra contra o narcotráfico e a bandidagem, no Rio de Janeiro.
Contudo, o problema não é exclusividade do país.
A produção, a intermediação e o alto consumo de drogas ilícitas estão entre as principais preocupações de diversos governos.
O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc) estima que entre 155 e 250 milhões de pessoas no mundo - o que representa de 3,5% a 5,7% da população de idade entre 15 e 64 anos - usaram drogas ilícitas pelo menos uma vez ao longo do ano passado.
O número de usuários de produtos ilegais derivados da cannabis, como a maconha e o haxixe, é o mais alarmante: de 129 a 190 milhões.
Já em termos de danos associados ao uso, as drogas derivadas do ópio, como a heroína, são as que mais preocupam.
Embora os números gerais estejam em queda - graças a medidas governamentais de combate -, o mercado mundial de drogas não sintéticas, especialmente, movimenta uma enorme quantidade de dinheiro.
Um relatório do Unodc revelou em outubro que o crime organizado mobiliza cerca de 119 bilhões de dólares por ano no mundo, sendo o tráfico de drogas o mais lucrativo.
A cocaína e a heroína, por exemplo, rendem 105 bilhões de dólares por ano.
A grande procura exige uma maior produção, e a necessidade de um transporte ilegal das drogas depende do narcotráfico.
Este, por sua vez, alimenta a corrupção, o crime organizado e, consequentemente, a violência.
Guerra - Não é preciso ir longe para entender o drama causado pelo narcotráfico.
O Brasil acompanhou na semana passada a ocupação da Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão - fronts da criminalidade há décadas -, no Rio de Janeiro.
Tanques blindados, fardas camufladas e tropas em comboio passaram a fazer parte da rotina dos moradores locais.
Em meio a esse quadro, o Brasil decidiu intensificar ações conjuntas em suas fronteiras com o Peru e a Bolívia, num trabalho que deverá no médio e longo prazos incluir também outros países da América do Sul.
O plano conta com a utilização de um veículo aéreo não-tripulado responsável pela vigilância principalmente da região amazônica.
Fronteira - Devido à sua problemática divisa com os Estados Unidos, o México vem assistindo a uma escalada de violência ainda mais grave, em decorrência dos constantes conflitos entre as forças de ordem e os cartéis de drogas.
Uma chacina recém-descoberta está entre os casos mais terríveis já registrados no país: em agosto, 72 corpos foram encontrados em um rancho no estado mexicano de Tamaulipas - quatro deles de brasileiros.
O número soma-se a outras vítimas desse tipo de crime no México: desde 2006, foram cerca de 28.000 mortos.