Por Chico de Gois, em O Globo.com Ao contrário da crítica, muitas vezes, raivosa e ressentida contra a imprensa nacional, a quem sempre acusa de persegui-lo ou de não mostrar o lado bom de seu governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi só elogios aos correspondentes internacionais, afirmando que a imprensa estrangeira é fiel aos fatos.
Lula concedeu nesta sexta-feira pela manhã, no Rio, uma entrevista coletiva para jornalistas de outros países.
Antes das perguntas, ele elogiou o trabalho dos estrangeiros e disse que o país está mudando.
Para ele, a cobertura favorável da imprensa internacional é responsável pela boa imagem que o país goza atualmente no exterior. - É gratificante saber o comportamento que vocês fizeram da evolução política e econômica do Brasil - declarou Lula. - Temos acompanhado as informações que têm saído na imprensa estrangeira e elas têm correspondido exatamente ao que tem acontecido no Brasil - acredita.
Lula reconheceu que seu governo não resolveu todos os problemas do país, mas, em seu entendimento, deu passos importantes para isso.
Para ele, há um otimismo muito grande entre os brasileiros atualmente. - Hoje, o grau de otimismo no Brasil é o mais extraordinário entre qualquer país no mundo.
O presidente destacou a ação da Polícia no Rio, no Morro do Alemão, como exemplo de que o país está mudando.
E elogiou o governo de Sérgio Cabral, que estava ao seu lado durante a entrevista.
Na visão de Lula, os estrangeiros agora não veem mais o Brasil como o país do futebol ou do carnaval, mas como um país que está crescendo. - Vocês retrataram bem o que aconteceu no Brasil na mídia internacional.
Melhorou um pouco a imagem do Brasil.
Os correspondentes mais velhos sabem que antigamente só se falava do Brasil quando jogava futebol ou perto do carnaval.
Agora, fala-se do Brasil todo dia.
Nós devemos um pouco disso ao trabalho sério e responsável que vocês fizeram na cobertura do Brasil.
Lula voltou a dizer que depois que deixar a Presidência não irá dar palpite no governo de Dilma Rousseff. - Preciso desencarnar de dentro de mim o papel de presidente.
Não é que eu quero esquecer.
Preciso tentar voltar o mais próximo possível da normalidade para que eu possa voltar a fazer política, sem competir com quem está governando, sem dar palpite no governo da companheira Dilma.
Ele informou que tem recebido convites para inauguração de obras quando deixar a Presidência, mas não está nos seus planos comparecer. - Eu já estou sendo convidado para inaugurar obras depois que deixar a Presidência, mas não posso ir.
Querer eu quero, mas não posso.
Quero me livrar do mandato presidencial para voltar a ser o Lula que era antes de ser presidente.