Do Terra Em entrevista ao jornal argentino Página/12, o governador eleito do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), falou sobre a política de segurança pública que ele elaborou como ministro da Justiça e que, segundo o jornal, “se tornou famoso em todo o mundo” após as operações em favelas da zona norte do Rio de Janeiro.

Tarso afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva queria um novo paradigma para a segurança pública, e que dessa demanda surgiu o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci). “O sistema anterior era entrar, matar e sair.

O novo sistema consiste em que o Estado entre, permaneça e se vincule profundamente com a comunidade mediante programas sociais, investimentos em infraestrutura, educação, urbanização”, disse Tarso, que, citando as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), apontou o Rio de Janeiro como a “vanguarda da integração”.

Segundo o petista, o ProNasci melhora as condições de vida dos policiais. “O governo federal ofereceu financiar programas sociais, armas, equipamentos e bolsas de estudo para policiais que desejem melhorar sua formação.

A melhoria é premiada com um aumento de cerca de 40% em seus salários.

Hoje, cerca de 200 mil policiais de todos os corpos estão com bolsa de estudos”, afirmou.

Ao responder sobre a possibilidade de criminosos oferecerem segurança para a comunidade, Tarso citou a política de bolsas para jovens e explicou a atuação das “Mulheres da Paz”, mães organizadas e formadas pelo ProNasci. “Elas não têm funções policiais nem de vigilância.

Só identificam jovens em situação de risco para incluí-los nos programas sociais, educacionais e de formação profissional.

Assim, os agentes do Estado podem escutar as demandas da população.

Quem passa a mandar no território não é mais o narcotráfico.

Só quem pode oferecer segurança verdadeira é o Estado”.

Tarso também disse que o consumo de drogas por parte de ricos e integrantes da classe média alimenta a violência. “É necessária a repressão penal aos que compram, inclusive pequenas quantidades, pois também são responsáveis pela construção do sistema de poder dos grupos mafiosos”.