Ana Flor, Márcio Falcão, Natuza Nery e Valdo Cruz, da Folha de São Paulo O PMDB recusou ontem a primeira proposta da presidente eleita, Dilma Rousseff, de participação do partido em seu ministério.

Ela ofereceu quatro pastas, mas numa configuração que não agradou aos peemedebistas.

O partido quer que Dilma ofereça mais uma pasta ou mude os nomes negociados.

O tema deveria ser discutido ainda ontem à noite.

A presidente eleita propôs ao PMDB manter o comando dos ministérios da Agricultura, de Minas e Energia e da Saúde e assumir o controle da pasta das Cidades.

Nos dois primeiros, os nomes postos na mesa agradam ambos os lados: Wagner Rossi (Agricultura) e Edison Lobão (Minas e Energia) –nas cotas do vice-presidente eleito, Michel Temer, e do presidente do Senado, José Sarney, respectivamente.

O impasse surgiu nas outras pastas.

A indicação de Sérgio Côrtes para Saúde é vista como cota do governador Sérgio Cabral (RJ), mas não agrada aos deputados.

Na pasta das Cidades, o nome de Moreira Franco chegou a se aventado por Temer, na cota dos senadores do PMDB.

A indicação não foi aceita por Sarney e Renan Calheiros (PMDB-AL).

Segundo a bancada do PMDB no Senado, Moreira Franco é visto como um nome ligado a Temer e não tem apoio parlamentar.

Ao longo do dia, foi praticamente descartada sua participação no ministério.

No final do dia, Temer informou ao coordenador da equipe de transição, Antonio Palocci, que o formato não havia agradado ao partido.

As bancadas na Câmara e no Senado querem indicar dois ministros cada uma.