Do Jornal do Commercio O número de denúncias de crimes de estelionato aumentou 16% entre janeiro e o dia 15 de novembro deste ano em comparação com o mesmo período de 2009.

Os dados foram apurados pelo Disque Denúncia, que encaminha as queixas à Delegacia de Prevenção e Repressão ao Estelionato.

Em 2009, foram 856 ligações.

Este ano, já são 1.023 denúncias.

As queixas mais comuns são de golpes envolvendo falsas promoções, problemas com cheques e cartões de crédito e compra de produtos falsificados.

O titular da Delegacia de Prevenção e Repressão ao Estelionato, Rômulo Aires, afirma que não há um perfil da vítima. “Quando há contato físico entre as duas partes, idosos e mulheres costumam ser mais vulneráveis, mas, se o crime é por meio eletrônico, qualquer pessoa é uma vítima em potencial”, explica.

A coordenadora do Disque Denúncia, Carmela Galindo, acrescenta que utilizar telefone ou celular para aplicar golpes tem sido justamente uma das estratégias mais usadas. “Eles ligam ou passam uma mensagem para o celular da vítima avisando de um prêmio.

No entanto, se a pessoa não estava inscrita em nenhum concurso ou promoção, porque iria receber um contato deste tipo?”, questiona.

Desconfiança é a principal dica da Polícia Civil para evitar cair na conversa de estelionatários. “Nessa época do ano, o risco de ser vítima de golpes aumenta, porque o criminoso se aproveita do maior poder de compra da população.

Como as estratégias deles variam muito, o cuidado que todos devem ter é desconfiar sempre de qualquer estranho”, diz Carmela.

O delegado Rômulo Aires dá mais uma dica importante. “O estelionatário precisa daqueles três dígitos de segurança dos cartões de crédito para usá-los.

Ele pode ter uma máquina para copiar os números, mas só irá conseguir esse código de maneira visual.

Mantê-lo sempre coberto é uma maneira de fazer com que mesmo que o criminoso tenha os dados do cartão, não consiga usá-lo.” Outras medidas que as pessoas podem tomar para se prevenir são passar cheques nominais, cruzados e de valores baixos, fazer compras apenas em estabelecimentos de boa reputação, evitar conversar pedir ajuda ou mostrar documentos a estranhos e acompanhar de perto a utilização do cartão sempre que entregá-lo a um vendedor.

O radialista Carlos Morais conta que não sabe como seu cartão foi clonado, mas recebeu uma ligação da operadora questionando se ele estava fazendo pagamentos de R$ 2 mil. “Eu estava fora da cidade e não costumo usar o cartão para pagamentos.

Conversei com a pessoa que me ligou e as compras feitas pelos estelionatários foram estornadas”, afirma.

O delegado Rômulo Aires defende que, mesmo nos casos em que o cliente se resolve com a empresa, é importante prestar queixa. “Só com o boletim de ocorrência podemos investigar.” As vítimas podem pedir ajuda pelo Disque Denúncia pelos telefones 3421-9595 e 719-4545.