Daniela Lima, da Folha de São Paulo O vice-presidente da República, José Alencar, pode ter alta em até dez dias, informou a equipe médica que o atende no hospital Sírio-Libanês.
Alencar foi submetido ontem a uma cirurgia, classificada como de alto risco pelos médicos, para desobstrução do intestino.
Em coletiva na manhã deste domingo, o cirurgião Raul Cutait detalhou o procedimento a que o vice-presidente foi submetido.
Foram retirados dois nódulos e 20 centímetros do intestino delgado de José Alencar.
O vice foi internado na última terça-feira com quadro de suboclusão intestinal (obstrução do órgão).
A equipe médica confirmou que ao final da cirurgia, de cerca de cinco horas, o paciente sofreu uma arritmia cardíaca, que foi contornada e não teve “grandes intercorrências”.
Em sua última internação, Alencar sofreu um infarto agudo do miocárdio.
Por isso, haverá um acompanhamento especial da situação cardiológica do vice-presidente, já que os medicamentos aplicados após a cirurgia causam reações no coração.
Segundo a equipe médica, Alencar está lúcido e, pela manhã, mostrou boa disposição. “A coletiva atrasou porque ele estava contando piadas lá em cima”, disse Cutait.
Os médicos afirmaram que pretendem retomar o tratamento de quimioterapia “o mais rápido possível”.
O vice-presidente luta contra um câncer na região do abdome há 15 anos.
Há quatro ele trava uma batalha contra um sarcoma no intestino. “Existem vários tumores na região.
Esse [sarcoma] é um tipo de tumor que não nos permite tirar tudo.
Não ficamos procurando [mais nódulos] para não prolongar a cirurgia.
O procedimento foi feito para tratar os sintomas agudos da obstrução e o sangramento no intestino”, explicou Cutait, após a coletiva.
Foram retirados o nódulo principal e um segundo, para reverter a obstrução.
O vice-presidente se recupera na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) Cardiológica do Sírio-Libanês e deve ser transferido para uma unidade de terapia semi-intensiva até terça-feira, de acordo com previsão do cardiologia Roberto Kalil Filho.