Flávio Ferreira, na Folha de São Paulo Uma nova ferramenta que começa a ser usada pelas autoridades brasileiras no combate aos crimes financeiros permite a transmissão de dados de quebra de sigilos bancários pela internet –o que deve agilizar as investigações, principalmente sobre lavagem de dinheiro.
Antes, os dados eram enviados em papel ou por meio de CDs ou DVDs.
O sistema foi desenvolvido pela Procuradoria-Geral da República e recentemente passou a ser utilizado por Polícia Federal, Controladoria-Geral da União, e o Ministério Público de São Paulo e de Santa Catarina.
A Procuradoria apresentou o mecanismo, intitulado Simba (Sistema de Investigação Bancária), no encontro anual da Enccla (Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro, um grupo que reúne mais de 60 instituições de Executivo, Legislativo, Judiciário, Ministério Público e da sociedade civil).
O evento foi realizado nesta semana em Florianópolis (SC) e terminou ontem com a presença do ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto.
A principal ferramenta do mecanismo é um software que possibilita a transmissão, por meio da internet, de informações bancárias entre instituições financeiras e os órgãos investigadores.
Segundo o perito criminal federal Renato Barbosa, um dos responsáveis pela implantação do sistema, “muitas apurações que levavam meses, e até anos, agora podem ser concluídas em poucas horas com o Simba”.
A demora nas investigações em geral é causada pelo envio dos dados em papel ou por meio de CDs ou DVDs incompletos, defeituosos ou grampeados, afirma o perito criminal.