Adriana Fernandes, na Agência Estado BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, rebateu as críticas do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sobre a ideia do governo de criar um novo índice de inflação. “O ex-presidente não entendeu o que falei.
Não estamos propondo um novo índice oficial de inflação do País”, disse Mantega à Agência Estado, por meio de sua assessoria de imprensa.
A inflação oficial é medida pelo IPCA.
A proposta em discussão do ministro, segundo a sua assessoria, é a de que os contratos que hoje são indexados pelo IGP-M sejam substituídos gradualmente por um novo índice - que não sofra tanta influência de fatores externos, como os preços de commodities, e variações climáticas que afetem o preço dos alimentos.
Para o ministro, há fatores que afetam os índices de inflação que não estão “ligados à economia brasileira”.
De acordo com Mantega, o IPCA continuará como o índice oficial do País.
A discussão de forma alguma tem como objetivo mudar a correção dos contratos já existentes.
O ministro destacou que foi no governo FHC que o IGP-M foi usado como índice de correção dos contratos.
Para Mantega, isso foi equívoco de FHC porque o uso do IGP-M traz a “inflação de commodities” para dentro do País. “Quando assumimos a indexação foi mudada nos novos contratos”, disse Mantega, via assessoria de imprensa.
O ministro lembrou ainda que, depois da privatização, o governo FHC adotou o IGP-M para corrigir os contratos de concessão de serviços públicos, que forma a maior parte dos chamados preços administrados.