Tânia Monteiro, no Estadão BRASÍLIA - A presidente eleita Dilma Rousseff decidiu manter o assessor especial internacional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Marco Aurélio Garcia, no mesmo cargo que ocupa hoje.

A manutenção da Garcia na cozinha do Planalto é um forte sinal da continuidade de política de boa vizinhança do Brasil com os países vizinhos, como a Venezuela, que rendeu muitas críticas à política externa do presidente Lula.

A própria Dilma, embora não tenha explicitado como pretende conduzir a política externa brasileira, já manifestou apoio ao Mercosul e foi celebrada pelo venezuelano Hugo Chávez.

Será uma reedição da dobradinha Garcia-Itamaraty, que o governo considera que deu certo na administração da política externa sob Lula.

Mas, a ajuda de Marco Aurélio à Dilma não se restringe à política externa.

Garcia, que foi um dos coordenadores da campanha da petista, ajudará a presidente eleita também na relação com o PT.

Itamaraty Para o Itamaraty, no entanto, o nome que irá suceder Celso Amorim ainda não está definido.

O mais cotado é Antônio Patriota, atual secretário-geral da pasta.

Apesar do desejo do atual chanceler permanecer no posto, a presidente eleita confidenciou a aliados a sua disposição de substituí-lo no cargo.

Assessores de Amorim avaliam que o chanceler não está digerindo bem a sua “aposentadoria” e estaria minando até mesmo Antônio Patriota, seu pupilo, que chegou ao segundo posto do Itamaraty pelas suas mãos.

Dilma tem uma excelente relação com Patriota, que não só a assessorou como a acompanhou em diversos tipos de eventos nos Estados Unidos. À época em que era ministra-chefe da Casa Civil Dilma chegou a ser ciceroneada por Patriota, então embaixador em Washington, em programações culturais em Nova York, onde assistiram concertos e visitaram exposições de artes plásticas.

Nas Relações Exteriores, Patriota poderia ajudar a estreitar as relações entre os dois países, já que ficou dois anos servindo em Washington.