Kennedy Alencar, colunista da Folha de São Paulo “Tropa de Elite” é um filme interessante.
Coloca o dedo na ferida em alguns pontos, como o da corrupção política e policial.
Escorrega ao idealizar o policial honesto, mas torturador.
Mas o mais importante é a gente lembrar que é apenas um filme _pura diversão para alguns, crítica social para outros.
A vida real é mais complicada.
A crise do Rio, então, muito mais.
A histórica ação na Vila Cruzeiro, com os poder público reconquistando um território do narcortráfico, não é “Tropa de Elite”.
Parte da imprensa está batizando os policiais da operação de quinta-feira (25/11) de “Capitães Nascimento”.Corremos todos perigo indo por aí.
O Nascimento da ficção não é um bom modelo.
Pelo contrário.
Os policiais militares que estão colocando a vida em risco cotidianamente merecem respeito, apoio, melhores salários etc.
No entanto, a sociedade não pode dar carta branca para o uso indiscriminado da violência.
Mesmo em situações extremas, como a que vive o Rio hoje, policial não pode agir como bandido.
O Nascimento da ficção agiu muitas vezes assim.
Em “Tropa 2”, “o sistema” é maior culpado.
Na Vila Cruzeiro, “o sistema” deu uma resposta.
Mostrou que o poder público está vivo no Rio de Janeiro.
Segurança Pública é assunto complicado demais para jornalista ficar dando opinião como especialista.
Não é o caso.
Este texto reflete impressões.
O Bope é importante para o Rio de Janeiro, mas muito menos pelo lado “Capitão Nascimento” e muito mais pela faceta de José Mariano Beltrame, o secretário da Segurança Pública do Estado.
Há questionamentos sobre a política de Beltrame, bancada a ferro e fogo pelo governador Sérgio Cabral.
Mas é justo reconhecer que, se existe uma pessoa para a mídia tratar como um Eliot Ness dos nossos tempos, essa pessoa é Beltrame.