Janaina Lage, James Cimino e Breno Costa, da Folha de São Paulo O Snea (Sindicato Nacional de Empresas Aeroviárias) afirmou ontem que não faltarão passagens aéreas para o final do ano, mesmo com a proibição do overbooking e o aumento da demanda de passageiros em 20%.
O diretor técnico do Snea, Ronaldo Jenkins, disse que as empresas aéreas não vão adotar o overbooking (vender mais passagens do que os assentos disponíveis) no período. “O overbooking é uma prática internacional, não foi inventado no Brasil, mas nenhuma empresa adotará a prática no fim do ano.” A prática do overbooking foi proibida pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) entre os dias 17 de dezembro e 3 de janeiro.
A Abav (Associação Brasileira de Agências de Viagens) diz que a procura por viagens no fim do ano cresceu 20% em relação a 2009.
Já há escassez de bilhetes para Nova York, Orlando, Miami e Buenos Aires nos dias 27 e 28 de dezembro.
Para Leonel Rossi, diretor da Abav, no mercado doméstico os voos fretados complementam a demanda. “A diferença para quem compra agora é o preço, mais caro, e o número menor de opções”, disse.
As empresas reforçaram o número de funcionários para o fim do ano.
A Gol contratou 150 tripulantes e técnicos nos últimos dois meses.
A TAM, mais 350 tripulantes desde setembro e mais 700 aeroviários ao longo do ano.
Além da possível dificuldade em encontrar voos para alguns destinos no exterior, o visto de turista para os EUA, por exemplo, pode demorar mais nesta época.
Por volta das 16h de ontem, o site do consulado indicava espera de 77 dias para o agendamento da entrevista em São Paulo. Às 19h54, no entanto, a espera já era para 107 dias, apenas em 10 de março de 2011.
Segundo a assessoria de imprensa do consulado, esse prazo pode vir a ser maior ou menor.
Depende muito do número de desistências ou reagendamentos.
O consulado recomenda que o turista veja diariamente se sua entrevista não foi reposicionada na agenda da instituição.
DEMANDA Ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que é preciso agir com responsabilidade sobre o assunto. “Nós precisamos apenas de responsabilidade.
As empresas terem responsabilidade, nós do governo termos responsabilidade e o povo todo agir com responsabilidade, porque nós não podemos todos querer viajar num único dia, porque não tem nem aeroporto nem avião para todo mundo”, disse.