Sondagem industrial outubro 2010 View more documents from Jamildo Melo.
A produção da indústria cresceu abaixo do esperado em outubro último, aponta a pesquisa Sondagem Industrial, divulgada nesta quarta-feira, 24 de novembro, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
A produção se elevou de 53 para 53,6 pontos entre setembro e outubro, mas a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) abaixo do usual indica que a indústria esperava um crescimento maior da produção no período, caracterizado pelas encomendas do final do ano.
Valores acima de 50 pontos indicam evolução ou expectativa positiva.
Por este parâmetro, a UCI caiu de 50,4 pontos em setembro para 48,9 pontos no mês passado, puxada pelas pequenas indústrias, fugindo ao habitual no período, como confirma o economista da CNI Marcelo Azevedo. “As fábricas estavam preparadas para uma produção maior”, completa ele.
A Sondagem Industrial revela que o crescimento da produção industrial não alcançou as pequenas empresas em outubro.
Enquanto o índice da produção das grandes empresas subiu de 53,6 pontos em setembro para 56,1 pontos, a das pequenas recuou de 52,5 para 51,2 pontos.
Ao mesmo tempo, a UCI das pequenas indústrias ficou abaixo do usual para os meses de outubro, com 47,9 pontos, enquanto a UCI das grandes foi de 50,2 pontos, patamar habitual no período. “As pequenas puxaram o UCI para baixo”, constata Azevedo.
Otimismo menor – As expectativas de demanda e de compra de matérias-primas em novembro para os próximos seis meses continuaram positivas, mas são as menos otimistas desde julho de 2009, informa a Sondagem Industrial.
Além disso, são menores do que a média histórica.
As perspectivas do empresário sobre a demanda atingiram 57 pontos, quando a média histórica, que começa em abril de 2007, é de 59,8 pontos.
As expectativas de compras de matérias-primas, por sua vez, foram de 54,4 pontos, para uma média histórica neste item, iniciada em outubro de 1999, de 55,9 pontos.
A desvalorização cambial trouxe impactos negativos nas expectativas de exportação das pequenas empresas.
Em novembro, enquanto as grandes empresas esperavam manutenção da quantidade exportada para os próximos seis meses, as pequenas empresas prevêem queda.
Com isso, as expectativas de exportação ficaram abaixo do usual, em 47,7 pontos. “As pequenas empresas têm maior dificuldade de lidar com o câmbio”, explica Marcelo Azevedo.