Por Joffre Melo, Produtor Executivo da CBN Recife A celeuma envolvendo a escolha da nova mesa diretora da Assembleia Legislativa de Pernambuco já virou uma novela mexicana.
Alias, perdoem o senão, de nova a mesa não terá quase nada, uma vez que os caciques Guilherme Uchoa e João Fernando Coutinho continuarão em seus cargos, de presidente e primeiro secretário, respectivamente.
No caso de Uchoa, já perdi as contas de há quantos anos ele permanece sentado no “trono” presidencial.
Como se fosse um rei, O presidente não quer largar o cetro de jeito nenhum.
Já Coutinho, segue firme para seu terceiro mandato consecutivo a frente da primeira secretaria da Casa.
Correndo por fora, ou melhor, “chorando”, aparece André Campos, que almeja bater chapa com Eduardo Campos, quer dizer com João Fernando Coutinho.
Não vou entrar no debate da legitimidade ou não da candidatura do petista, mas como cidadão e eleitor, sinto-me impelido a emitir minha preocupação com o atual Legislativo do meu Estado. É lamentável perceber que a Assembleia parece não ter a independência necessária para escolher seus dirigentes.
Diante disso, é certo que se os próprios deputados não têm a gerência do poder na Casa, quem dirá o povo.
Esse, há muito, já não manda mais em nada.
De certo, eu não gostaria de está na pele de André Campos.
Caso queira manter sua postura e ideal de ocupar o cargo de primeiro secretário, ele terá de enfrentar ninguém menos que o governador Eduardo Campos.
Uma peleja praticamente impossível de êxito.
No meio das pedras que ocupam o tabuleiro em que se transformou o plenário da Alepe, ao menos algumas ainda se destacam.
O silêncio poucas vezes é quebrado, embora sejam vozes roucas e já quase sem retumbar diante da inercial posição dos nossos ilustres parlamentares, com os ouvidos voltados ao palácio do Campo das Princesas (ou seria para São Lourenço?).
Ouvir o silêncio sepulcral de certos deputados e de outros quase ex-deputados passou a ser minha maior diversão.
Mas eis que surge a deputada Ceça Ribeiro e, finalmente, transforma em verbo um grito preso em minha garganta e na de tantos outros pernambucanos: “Quando o Legislativo não se impõe, é a sociedade que perde”.
Ao melhor estilo Cidinha Campos, Ceça Ribeiro, que desistiu da vida parlamentar por conta do cansaço de falar ao vento, expôs publicamente que na casa de Joaquim Nabuco manda quem pode e obedece quem tem juízo.