Eduardo Cucolo, da Folha de São Paulo Os investimentos estrangeiros diretos (no setor produtivo) cresceram pelo segundo mês seguido e atingiram em outubro o maior valor desde dezembro de 2008.

Segundo dados do Banco Central, entraram no país US$ 6,8 bilhões no mês passado.

O dinheiro foi mais que suficiente para financiar o deficit de US$ 3,7 bilhões nas transações do Brasil com o exterior no mesmo mês.

O Brasil recebeu em setembro e outubro cerca de US$ 12 bilhões em investimentos diretos, mais de um terço do esperado para todo o ano.

No acumulado de 2010, o valor chega a US$ 29,4 bilhões, praticamente alcançando a meta de US$ 30 bilhões fixada pelo BC há dois meses.

AÇÕES Os investimentos estrangeiros em ações e renda fixa chegaram a US$ 48,5 bilhões no acumulado do ano, acima da previsão de US$ 38 bilhões.

Somente em outubro entraram US$ 16,3 bilhões.

O destaque do mês passado foram as aplicações de US$ 9,6 bilhões em ADRs (recibos de ações de empresas brasileiras negociados no exterior).

Em relação às ações negociadas no país, foram US$ 4,9 bilhões.

REMESSAS DE LUCROS No acumulado do ano, o deficit nas transações com o exterior está em US$ 38,8 bilhões.

A previsão é terminar 2010 em US$ 49 bilhões.

Em 2009, foram US$ 24,3 bilhões.

O deficit acumulado em 12 meses equivale a 2,43% do PIB, maior patamar desde o final do governo Fernando Henrique Cardoso, em 2002.

O resultado do ano está sendo puxado pelo aumento de remessas de lucros (US$ 23 bilhões) e gastos com viagens ao exterior (8,4 bilhões).

A dívida externa chegou a US$ 254 bilhões, segundo estimativa do BC para outubro.