Por Ana Laura Farias, do Blog de Jamildo A reunião de hoje na Câmara não foi decisiva para as propostas do Orçamento apresentadas pelos vereadores, mas serviu para comprovar um aspecto: Múcio Magalhães (PT) está cada vez mais isolado.
Com exceção dos sindicatos, não houve qualquer manifestação de apoio ao vereador.
Carlos Gueiros (PTB), presidente da Comissão de Finanças e Orçamento, reconheceu a iniciativa de Múcio, mas considerou as propostas inviáveis.
A maior parte das emendas de Múcio tratava da estabilidade salarial dos servidores municipais, que teriam reajuste a partir do próximo ano, caso essas fossem aprovadas.
As propostas do orçamento devem ser votadas na próxima quinta-feira (25).
Irritado com as críticas vindas do Executivo, Múcio fez questão de ressaltar que aquela “não era uma proposta sindical e sim de orçamento”, o que provocou desconforto entre os vereadores e secretários.
Estiveram presentes os secretários Marcelo Barros (Finanças), Fernando Nunes (Administração), Henrique Leite ( Articulação Política) e Eveline Labanca (Gestão e Planejamento).
O problema das emendas de Múcio é que para reajustar o salários dos servidores seria necessário sacrificar parte das verbas de secretarias , o que, segundo os técnicos e secretários, poderia desestabilizar o orçamento do município.
A previsão de orçamento do Recife para 2011 é de R$ 2,7 bilhões na LOA (Lei Orçamentária Anual).
Gueiros sugeriu a reformulação das propostas, com modificações nos valores e flexibilização nos prazos.
Não agradou a nenhum dos lados.
Múcio fez questão de dizer que não era aquela a sua proposta.
Josenildo Sinésio, líder do governo na Câmara, foi ainda mais taxativo. “Não adianta tenta emplacar essas emendas.
O governo não irá negociar”.
O secretário Fernando Nunes admitiu que a Prefeitura está em dívida com os trabalhadores. “É muito difícil contemplar todas as categorias.
Admito que estamos atrasados, mas estamos tentando reverter esse quadro”.
O presidente da comissão aproveitou para criticar os superpoderes da Prefeitura no orçamento. “O prefeito modifica muita coisa. É como se as nossas reuniões não adiantassem nada”.
Gueiros também falou que a gestão João Paulo foi falha quanto às políticas de trabalhadores. “O ex-prefeito contemplou algumas categorias, mas deixou outras desamparadas”, criticou.
Foi outro momento de desconforto.
Múcio é aliado político de João Paulo, antecessor e rival político hoje em dia de João da Costa.
Para piorar, Luiz Eustáquio, também do PT, disparou: “A gestão de João da Costa foi a que fez melhores negociações com os trabalhadores”.
Outras propostas também foram discutidas na manhã de hoje, como as de Luciano Siqueira (PCdoB) e Marcos di Bria (PTC).
Esse último defendia a construção de uma biblioteca comunitária no bairro de Santo Amaro.