O presidente e fundador do PPS, deputado Roberto Freire, em entrevista ao programa Roda Viva desta segunda-feira (22/11), falou sobre seu papel na oposição e enfrentou um forte questionamento sobre esquerda e direita no Brasil.

O programa vai ao ar na TV Cultura, às 22h.

Mesmo admitindo a derrota nas eleições, já que seu partido apoiou a candidatura de José Serra, do PSDB, ao governo federal, Freire considera positivo o fato de que “tivemos um pleito e houve um vencedor.

Houve um certo equilíbrio de forças”, e completa dizendo que “a oposição vai marcar esse governo”, referindo-se à eleição de Dilma Rousseff à presidência da República.

Suas críticas ao atual governo Lula vão da economia ao Bolsa-família, e quando a pergunta dos entrevistadores esbarra no crescimento do País, o deputado afirma que “Lula surfou nas benesses da economia internacional.

O mundo todo se beneficiou do crescimento, mas o Brasil cresceu pouco porque foi incompetente.

Estamos sofrendo um processo de desindustrialização.

Não podemos pensar em plataforma só de consumo”.

E acrescenta que “tivemos um crescimento medíocre… torcemos para Dilma.

Não quero que ela sofra”.

Já o assunto do Bolsa-família veio a reboque de uma ampla discussão sobre o que é direita e o que é esquerda no Brasil, incluindo aí a posição do atual presidente da República: “Lula é um homem inteligente.

Esse governo não tem nada a ver com a esquerda.

Lula não enfrenta nada, ele é o capital, é o cara, é o representante do capitalismo.

O Bolsa-família é uma prática conservadora” .

Para exemplificar a esquerda, Freire cita Hugo Chávez, presidente da Venezuela, e Evo Morales, presidente da Bolívia, dizendo que ambos assumem essa posição, pois enfrentam o capitalismo.

Diante da insistência dos debatedores em saber quem irá liderar a oposição do próximo governo, o político apenas se limita a dizer que “líder tem que ser mais conservador…

O DEM, setores do PP…

Podem estar no governo, mas fazem oposição.

Primeiro precisamos saber como vai ser esse governo”.

Chegando ao final do programa, o deputado do PPS afirma que quer deixar claro um ponto na política para que ninguém esqueça: “Se você ver algum político que está rico, desconfie.

Porque política não dá dinheiro”.