Ayrton Maciel, do Jornal do Commercio Um dia depois do duro discurso do deputado governista André Campos (PT), na tribuna da Assembleia Legislativa, acusando indiretamente o Poder Executivo de interferir em assuntos internos do Legislativo - ferindo a soberania da Casa -, o governador em exercício João Lyra Neto (PDT) transferiu para o governador Eduardo Campos (PSB), que chega hoje do Exterior, a resposta sobre se o ex-secretário de Articulação Política e atual prefeito de São Lourenço da Mata, Ettore Labanca (PSB), está autorizado pelo governo a coordenar a montagem da mesa diretora 2011/2012 da Assembleia.

André acusa Ettore (e por tabela o Executivo) de interferência ilegítima. “Uma ingerência nunca vista na história da Casa”, disse o deputado, candidato à 1ª secretaria.

O vice João Lyra Neto confirmou o almoço, sábado passado (13), na casa de Ettore Labanca, em São Lourenço, juntamente com outros integrantes do governo estadual, mas negou que tenham tratado da futura composição da mesa, das comissões temáticas e das lideranças dos partidos da base.

Fontes, no entanto, revelaram nomes escolhidos na reunião e os cargos de cada um. “Foi um almoço entre amigos.

Não tratamos assuntos da Assembleia.

A mesa é uma atribuição dos deputados e dos partidos.

Claro que o Executivo acompanha, conversa, isso é parte da relação entre os Poderes, mas a decisão é dos deputados”, negou a interferência.

No entanto, indagado se o prefeito de São Lourenço da Mata e pivô da crise entre deputados excluídos (das conversas) e o Executivo, Ettore Labanca, está autorizado a articular (se fala pelo governo) ou comandar a composição dos nomes para a mesa e as comissões, João Lyra Neto respondeu primeiro: “Quem pode falar é o Ettore”.

Ante a resposta, como o prefeito Ettore não fala em público pelo governo, a reportagem insistiu na pergunta para evitar “ruído” na informação: “o governo pediu ajuda (a Ettore)?” Lyra foi sintético: “Quem pode falar isso é o governador Eduardo.

Minha agenda é outra.

Não tenho intenção de interferir”.

A ação política do prefeito Ettore não foi desautorizada, até o momento, pelo Executivo.