No Jornal do Commercio RIO – O Sudeste perdeu 0,4 ponto percentual em participação no Produto Interno Bruto (PIB) do País em 2008, na comparação com 2007.

Em seis anos, a queda foi de 0,7 ponto percentual, segundo dados das Contas Regionais do Brasil, divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Já as regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste vêm ganhando participação no PIB desde 2002.

As duas primeiras avançaram, cada uma, 0,4 ponto percentual no período, enquanto a última cresceu 0,1 ponto percentual.

Segundo o IBGE, os dados confirmam a tendência de perda de participação do Sudesteo.

Apesar disso, a região continua sendo a de maior peso no PIB, de 56% em 2008.

Em 2002, o percentual era de 56,7%.

Um dos fatores que contribuíram para esse movimento foi o efeito da explosão da crise em setembro de 2008 sobre o setor de intermediação financeira.

A participação deste setor recuou de 7,7% em 2007 para 6,8% em 2008.

O Sul, apesar do decréscimo de 0,3 ponto percentual nos últimos seis anos, manteve a mesma participação em 2008 em relação ao ano anterior, cerca de 16,6%.

O Estado de São Paulo registrou crescimento do PIB de 5,9% em 2008, segundo os dados do IBGE.

Com a expansão, o PIB do Estado superou pela primeira vez a marca de R$ 1 trilhão.

No ranking de crescimento do PIB estadual, São Paulo ficou em décimo lugar no País, mas acima da média nacional, de 5,2%.

Em taxa de crescimento, a maior alta foi registrada no Piauí, com variação de 8,8%.

Em compensação, o PIB per capita deste Estado ainda é o menor do país, de R$ 5.372,56.

O PIB per capita de São Paulo foi de R$ 24.456,86, o segundo maior do País, atrás apenas do Distrito Federal.

Apesar da expansão, os dados do IBGE mostram que desde 1995, a participação de SP no PIB está em queda.

Neste período, o Estado perdeu 4,7 pontos percentuais em participação no PIB.

Em meados da década de 1990, São Paulo representava 37,3% da produção total de bens e serviços no País.

Em 2008, o Estado correspondeu a 33,1% do PIB.

CONCENTRAÇÃO Em 2008, cinco Estados concentravam 66,2% do PIB: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná.

Outros 22 Estados concentravam 33,8% do PIB, uma fatia praticamente igual ao percentual de São Paulo.

Na passagem de 2007 para 2008, São Paulo perdeu 0,8 ponto percentual.

O resultado foi afetado pela queda na participação da agricultura, influenciada pelos preços da cana de açúcar e da laranja.

Em 2007, estas atividades representavam 48,6% da agropecuária paulista.

Em 2008, elas passaram a representar 40,5%.

A análise dos dados da indústria mostra que desde 1995, a participação de São Paulo recuou de 44,4% para 33,9% em 2008.

A indústria total inclui a extrativa mineral, a indústria de transformação, construção civil e serviços industriais de utilidade pública.

O recuo é explicado pelo crescimento da indústria extrativa na década de 1990 e pela desconcentração da indústria de transformação, com a migração de fábricas para outros Estados.