Do Jornal do Commercio Todos os 215 mil servidores do Estado – sejam aposentados, pensionistas ou ativos – que passarão a receber seus pagamentos pelo Bradesco, a partir de fevereiro, serão alvo de uma segunda disputa entre o novo pagador dos contracheques e o atual, o espanhol Santander.

A primeira briga foi para gerenciar a folha de pagamentos em si.

A nova será pela fidelização dessa clientela. É que hoje não há isenção de taxas para um funcionário público que recebe por um banco e deseja mandar seu salário em outra instituição financeira, como já existe na iniciativa privada.

Assim, haverá uma briga para ter esses servidores como correntistas.

Desde o início de 2009 passaram a vigorar, de fato, as regras para a conta salário no setor privado.

Elas funcionam da seguinte forma: mesmo que um banco seja escolhido para gerenciar o pagamento dos funcionários de uma determinada empresa, cada empregado pode, se quiser, indicar outro banco em que deseja sacar na boca do caixa seu dinheiro.

Esse funcionário não precisa pagar nenhuma taxa pela transferência, nem esperar mais que um dia pela operação.

Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), porém, um conjunto de regras específicas para a conta salário no setor público entrará em vigor apenas em janeiro de 2012.

Hoje, para a transferência automática do ganho mensal do servidor, nesses casos, há incidência de tarifas e taxas.

A mudança do banco que gerencia a folha de pagamentos ocorreu por causa do fim do atual contrato.

Há cinco anos os ativos, inativos e pensionistas do Estado recebem pelo Santander – na realidade, antes era o Bandepe, que foi sucedido pelo espanhol.

Mas o contrato vencerá em janeiro que vem.

Semana passada, em um pregão presencial (uma espécie de leilão), o Bradesco levou a folha de pagamentos.

Por uma movimentação financeira de R$ 6,2 bilhões anuais, além de receber milhares de correntistas, o banco pagará à vista, de uma só vez, R$ 700 milhões ao Estado.

O Bradesco, de olho em clientes que há anos se relacionam com o Santander, montará um pacote de serviços específico para essas milhares pessoas, segundo o diretor de Poder Público do Bradesco, Renan Mascarenhas Carmo. “Nós teremos o Fidelize, um conjunto de produtos, uma cesta de serviços, customizado para os servidores”, afirma Renan.

O que se espera, logicamente, é que o Santander, com 700 mil clientes atualmente, no Estado, não fique parado.Por enquanto, o banco não anunciou a criação de uma cesta de facilidades para seus correntistas.

Mas é só questão de tempo.

Certamente, essa briga renderá bastante. (G.S.)