No site da Folha de São Paulo A presidente eleita, Dilma Rousseff, mandou abortar qualquer negociação com os partidos aliados para que cada um mantenha os mesmos ministérios em seu governo.

Segundo a Folha apurou, a petista avisou a interlocutores que não aceitará essas imposições como critério para repartir os cargos da Esplanada, tampouco entrará no xadrez ministerial vestida numa “camisa-de-força”.

Ela disse que seu poder de escolha não pode ficar engessado pelas demandas da base, ainda que, em alguns casos, o pleito de manter as pastas seja contemplado.

A determinação de Dilma é uma clara reação ao “pacto de não agressão” firmado entre PMDB, PR, PP, PTB e PSC, selado para ampliar seu poder de barganha.

Dilma não quer repetir a “fotografia” do atual governo, apesar do carimbo da continuidade. “A presidente eleita vai montar o seu ministério e cabe aos partidos da base aliada darem sustentação a isso.

E todos nós vamos nos colocar contrários a pressões que dizem que tudo tem que ficar como está”, disse o líder do governo na Câmara dos Deputados, Cândido Vaccarezza (PT-SP).

Dilma costuma dizer em conversas privadas que atender a essa demanda significa perder autonomia para definir sua própria equipe.

A ideia de manter intocados os territórios hoje ocupados partiu do PMDB, defensor da tese de continuar com seis ministérios sob sua tutela.

Ela não havia gostado da ideia, e ficou ainda mais contrariada ao ver o PMDB selar pacto com outros partidos.

Em reunião na Granja do Torto anteontem, Dilma determinou que o assunto fosse tratado com seu vice, Michel Temer, presidente do PMDB.

Enviou-lhe um recado: quer que ele atue como vice, e não como defensor dos interesses do partido que comanda.

A mensagem foi entregue a ele em almoço realizado ontem com os coordenadores da transição.

O peemedebista assegurou que atuará em nome do governo, não da legenda.

Ele e Dilma conversam sobre isso ontem.

O presidente do PT e integrante da coordenação, José Eduardo Dutra, entregou à eleita as demandas dos partidos, com uma constatação que revela as dificuldades de acomodar tantos aliados: “Todos querem manter o mesmo espaço [no governo] e, se possível, aumentar”.

Dilma considera estratégicos alguns ministérios –caso de Cidades e Comunicações– e quer nomear pessoas de sua confiança para eles, mesmo que as pastas sejam entregues a partidos.