Por dez votos a um, o Superior Tribunal Militar (STM) liberou nesta terça-feira para o jornal Folha de S.

Paulo acesso ao processo que levou a presidente eleita Dilma Rousseff à prisão durante a ditadura militar.

Com a decisão, o jornal poderá consultar e fazer cópias dos autos.

O jornal tentava há três meses na Justiça o acesso ao processo, que não é sigiloso, mas foi trancado em um cofre do STM.

O motivo, segundo o tribunal, é que o conteúdo da ação poderia interferir no resultado das eleições.

Terminado o pleito, a maioria dos ministros decidiu liberar o processo.

O relator do caso no STM, ministro Marcos Torres, foi o único a votar contra o acesso do jornal aos autos, por entender que a privacidade da presidente eleita poderia ser prejudicada.

O julgamento do caso chegou a ser suspenso por duas vezes depois que a AGU (Advocacia-Geral da União), órgão do governo federal, pediu para se manifestar no processo.

Apesar do julgamento ter ocorrido somente depois do segundo turno, a advogada da Folha, Tais Gasparian, comemorou a decisão: “Nunca é tarde demais, afinal as informações são públicas”.

O presidente do STM, Carlos Alberto Soares, afirmou, após o julgamento, que a decisão tomada nesta terça-feira não se estende a outros veículos de comunicação.

Se interessadas, as empresas deverão entrar com um novo processo na corte para conseguir acesso aos autos