Do JC Online A equipe de transição da presidente eleita, Dilma Rousseff, avalia a concessão de um reajuste acima da inflação para os benefícios do Bolsa Família.

De acordo com análise feita no governo, a reposição de pouco mais de 9% da inflação acumulada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) desde o último reajuste não seria suficiente para começar a tirar do papel a promessa de erradicar a pobreza extrema no País, feita durante a campanha ao Planalto.

Em maio de 2009, quando ocorreu reajuste do Bolsa Família, o benefício passou a variar de R$ 22 a R$ 200, dependendo do grau de pobreza e da quantidade de filhos da família.

Neste ano o valor ficou congelado por causa da eleição.

O projeto de lei do Orçamento da União enviado ao Congresso pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva tampouco prevê reajuste.

A decisão ficará para Dilma.

Os gastos anuais do programa estão estimados em R$ 13,4 bilhões.

Hoje, o País tem 8,9 milhões de miseráveis, depois da queda de 12% para 4,8% do porcentual da pobreza extrema observada entre 2003 e 2008.

Esses são dados usados pelo Ministério do Desenvolvimento Social, responsável pelo Bolsa Família.

O número de pobres varia porque não existe uma linha de pobreza única no Brasil. “O que está em jogo não é apenas o impacto financeiro do reajuste, é preciso eliminar a pobreza extrema”, disse a ministra Márcia Lopes (Desenvolvimento Social), que trabalha “cenários” para a concessão do próximo reajuste.