Da BBC Uma campanha em vídeo do governo britânico para promover o uso de preservativos entre adolescentes vem provocando polêmica após ter sido acusado de ser “pornográfico”.

O YouTube, canal escolhido pelo Sistema Público de Saúde (NHS, na sigla em inglês) britânico para divulgar a campanha, adverte os usuários que as imagens são inadequadas para menores de 18 anos.

O vídeo interativo, promovido em um site do próprio governo, mostra um grupo de rapazes visitando uma loja de conveniência no caminho de uma festa e avaliando a possibilidade de comprar ou não preservativos.

As imagens mostram o ponto de vista de um dos adolescentes, que na festa conhece uma mulher e a leva à cama.

Caso o usuário tenha escolhido comprar preservativos durante a visita à loja, os dois mantêm relações sexuais, mas se ele não tiver comprado, é rejeitado pela mulher.

Em um dos cenários do vídeo interativo, o casal acaba mantendo relações sem preservativo, mas o personagem masculino acaba sendo infectado por doenças sexualmente transmissíveis.

Mas imagens do vídeo consideradas explícitas demais provocaram críticas de organizações ligadas à defesa dos adolescentes e de controle da mídia.

Imagens bloqueadas Segundo a imprensa britânica, muitos funcionários do próprio Departamento de Saúde não puderam ver o vídeo porque as imagens foram bloqueadas pelo controle da rede de computadores do governo. - É altamente irresponsável o NHS apresentar um retrato gráfico de luxúria desenfreada no qual uma jovem é mostrada como não mais que um objeto sexual e depois dizer aos jovens que eles ‘fizeram as escolhas corretas’ simplesmente porque eles usaram um preservativo - afirmou à mídia britânica Norman Wells, diretor da ONG Family Education Trust, dedicada a defender os valores familiares.

Vivienne Pattison, diretora da organização Mediawatch, que faz um acompanhamento da mídia local, se disse preocupada com o fato de que não existem controles efetivos para evitar que crianças vejam as imagens mais explícitas do vídeo.

O objetivo do NHS com a campanha é que o vídeo se transforme em um “viral”, repassado por adolescentes via e-mail ou redes de relacionamentos sociais.

Com isso, o governo espera que um grande número de pessoas receba a mensagem sobre a necessidade de usar preservativos em relações sexuais. - O vídeo incentiva as pessoas que estão pensando em fazer sexo em assegurar que estão se protegendo de pegar doenças sexualmente transmissíveis ao usar um preservativo - disse um porta-voz do NHS à BBC Brasil. - A ideia é que, ao permitir aos jovens dirigir a história, isso mostre a eles as escolhas que eles tomam têm um efeito sobre sua saúde e seus relacionamentos.

Queremos que as pessoas sejam mais propensas a fazer sexo seguro - afirmou.