Do JC O governador Eduardo Campos (PSB) retorna ao Estado na próxima quarta-feira (17) e vai encontrar um cenário um pouco diferente de quando viajou de férias à Europa, no último dia 7, acompanhado da primeira-dama Renata Campos.
Além de retomar as articulações como presidente nacional do PSB para garantir o melhor – e maior – espaço possível para o partido no governo da presidente eleita Dilma Rousseff (PT), Eduardo deverá também tratar do “debate da saúde”, proposta que fez após as resistências que sofreu por, inicialmente, ter demonstrado simpatia à criação de um novo tributo, nos moldes da extinta CPMF, para financiar a saúde.
Ele e outros governadores do PSB – Cid Gomes (CE) e Renato Casagrande (ES) – lançaram a proposta do novo imposto, poupando Dilma de um forte desgaste antes mesmo de tomar posse.
Mas recuaram após críticas de vários setores da sociedade.
No plano estadual, o governador também deve ser instado a falar sobre o fechamento da fábrica da Philips em Pernambuco, no pólo industrial do Curado, no Recife.
Na última sexta-feira, a empresa anunciou o fim das atividades e, consequentemente, a demissão de 500 funcionários.
Apesar de estar ausente, Eduardo Campos já foi comunicado da decisão da Philips.
Durante todo o primeiro governo, o socialista empenhou esforços para atrair investimentos e interiorizar o crescimento econômico, fato bastante explorado na campanha eleitoral deste ano, que o consagrou como o governador mais votado do País em termos proporcionais, com 82,8% dos votos válidos.
Em nota oficial, a Philips justificou o fechamento da fábrica como consequência da crise econômica de 2008. “O setor automotivo tem sido fortemente impactado pela crise econômica global, o que forçou as companhias a adaptarem o custo de suas estruturas e sua organização.
Ao mesmo tempo, os mercados vêm se movimentando geograficamente, com crescimento global movido especialmente pela China”, diz um trecho da nota.
Outro fato que vai atrair a atenção do governador é a eleição da mesa diretora da Assembleia Legislativa.
Apesar da votação só ocorrer no dia 1º de fevereiro, as costuras já estão bastante avançadas na Casa.
Eduardo Campos já sinalizou que apoia a recondução do presidente, Guilherme Uchoa (PDT), e do primeiro-secretário, João Fernando Coutinho (PSB).
Mas, diferentemente de Uchoa, o socialista encontra algumas resistências, embora não verbalizadas.
Até o momento, o único deputado governista que mostrou contrariedade com a escolha foi André Campos (PT).