Por Sheila Borges, no Jornal do Commercio As campanhas dos deputados federais que ocuparão as 25 cadeiras destinadas à bancada de Pernambuco na Câmara, a partir do próximo ano, custaram, no total, R$ 31,6 milhões (veja arte ao lado).
Entre os eleitos, o que teve o maior orçamento na disputa foi o senador Sérgio Guerra (PSDB), que desistiu de tentar à reeleição para voltar à Câmara dos Deputados.
Ele declarou ter arrecadado R$ 3,6 milhões para a sua campanha.
O tucano foi seguido por dois deputados federais que conseguiram se reeleger com uma contabilidade que ultrapassou a casa dos R$ 2 milhões.
Eduardo da Fonte (PP) arrecadou R$ 2,9 milhões e Maurício Rands (PT) somou 2,4 milhões.
Nos três casos, os maiores doadores foram os próprios partidos.
Presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra contabilizou o repasse de R$ 2,6 milhões do diretório estadual e R$ 100 mil do nacional.
Enquanto isso, Eduardo da Fonte anotou o recebimento de R$ 2,5 milhões do diretório estadual e R$ 139,8 mil do nacional.
O petista, por sua vez, ganhou R$ 539,8 mil da instância estadual e R$ 198,4 mil da nacional.
Essas informações revelam que uma boa parte dos financiadores das campanhas mais caras das eleições deste ano preferiram doar para as legendas, ao invés de repassar diretamente para os candidatos.
Dessa forma, os nomes dos colaboradores – pessoas jurídicas ou físicas – só serão conhecidos em abril do próximo ano, uma vez que esse é o prazo estipulado pela Justiça Eleitoral para que os diretórios das agremiações políticas apresentem as suas prestações de contas de 2010.
A campanha da ex-prefeita de Olinda Luciana Santos foi quase totalmente bancada pelo PCdoB, que fez depósitos que somaram R$ 1,309 milhão.
Esse também foi o caso do deputado federal reeleito Raul Henry: a sua sigla, o PMDB, contribuiu com R$ 651 mil.
E do deputado federal Paulo Rubem Santiago, que recebeu R$ 110 mil do PDT.
No caso do pedetista, contudo, a Justiça ainda vai decidir se a última vaga será dele ou do ex-prefeito de Santa Cruz do Capibaribe José Augusto Maia (PTB), que concorreu sub judice, mas conseguiu reverter a decisão.
A palavra final será dada pelo Pleno do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
EMPRESAS Apesar de os partidos se destacarem nos repasses financeiros aos seus candidatos, as empresas ligadas à construção civil, à indústria e ao comércio continuam sendo colaboradoras tradicionais das campanhas políticas.
Algumas delas chegam a contribuir para mais de um candidato, como a indústria de baterias Acumuladores Moura, que doou para Mendonça Filho (DEM) – R$ 375 mil –, Augusto Coutinho (DEM) – R$ 300 mil –, Pedro Eugênio (PT) – R$ 50 mil –, Maurício Rands (PT) – R$ 40 mil –, Bruno Araújo (PSDB) – R$ 30 mil – e Jorge Côrte Real (PTB) – 30 mil.
As construtoras, por sua vez, também tiveram um papel importante, dando um aporte de mais de R$ 1,5 milhão às campanhas dos deputados federais eleitos.
Das 28 empreiteiras que repassaram recursos, as que mais contribuíram com as campanhas dos deputados federais eleitos foram a Queiroz Galvão (R$ 310 mil), a OAS (R$ 270 mil), a Lidermac (R$ 270 mil), a CR Almeida (R$ 100 mil) e a Carrilho (R$ 86 mil).
Isso sem contar com as empresas que, indiretamente, estão envolvida com esse setor e que também distribuíram recursos, como as fornecedoras de aço.