Por Ivo Dantas, no Jornal do Commercio Um dia após o anúncio da nova fábrica de painéis solares no Parque Tecnológico de Pernambuco (Parqtel), no Curado, o fechamento da unidade da Philips do Brasil, no mesmo bairro, encerra um ciclo do setor eletroeletrônico local.
Com 43 anos de Recife, a unidade já foi responsável por capitanear o movimento tecnológico local.
Segundo conta o presidente do Parqtel, Ângelo Leite, trabalhar na empresa era visto como o emprego dos sonhos para muitos engenheiros. “Na minha época de estudante, a Philips tinha parcerias com a universidade e estimulava o desenvolvimento no segmento de eletroeletrônica.” Desde a crise financeira de 2008 que a empresa enfrentava dificuldades para manter o efetivo de colaboradores na unidade recifense.
No início de 2009, uma reunião chegou a ser marcada com o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas de Pernambuco (Sindmetal-PE) para redução de jornada e salários dos funcionários. “O setor que primeiro sentiu a crise foi o automotivo.
Os negócios da Philips foram bastante afetados.
Eles queriam suspensão de contratos e banco de hora, mas depois voltou tudo ao normal”, lembra o presidente do Sindmetal-PE, Alberto Alves.
Em 2008, a empresa chegou a anunciar a assinatura de um protocolo de intenções durante visita do governador Eduardo Campos à sede da Philips, na Holanda.
O acordo previa a instalação de uma unidade de produção de lâmpadas de baixo consumo de energia na área ociosa da planta pernambucana da companhia.
Expansão que, segundo Alves, nunca saiu do papel. » LEIA AQUI SOBRE O FECHAMENTO DA PHILIPS EM PERNAMBUCO Com a saída da Philips, a estrutura fabril do Curado terá a Elcoma Computadores como única remanescente, o que não deve durar muito tempo.
A empresa já assinou um protocolo de intenções para se instalar em Vitória de Santo Antão.
A nova unidade ocuparia o triplo do espaço da fábrica atual, onde ocupa um terreno de 1.500 metros quadrados.
Localizado próximo ao galpão da Philips, o Parqtel terá a dura missão de reerguer o segmento eletroeletrônico pernambucano.
Com seis empresas instaladas, o parque tecnológico emprega cerca de 800 funcionários e tem um faturamento anual estimado em R$ 80 milhões. “Esperamos contribuir para o renascimento desse setor, apostando no intercâmbio com a Tecnologia da Informação e seguindo o exemplo do Porto Digital”, diz Ângelo Leite.