Sheila Borges, do Jornal do Commercio Com o salário congelado desde o início da atual gestão em R$ 9,6 mil, o governador-reeleito Eduardo Campos (PSB) deve ter reajuste salarial a partir do próximo ano.
O valor ainda não foi definido, mas se aproximará do teto salarial do Estado que é de R$ 22,4 mil, fixado pelo próprio chefe do Executivo por meio da Lei nº 14.018, de março de 2010, para beneficiar algumas carreiras do funcionalismo estadual que ganham mais do que o socialista.
Mesmo assim, Eduardo decidiu manter, ao longo dos quatro anos, a remuneração que o ex-governador Jarbas Vasconcelos (PMDB), hoje senador, tinha estabelecido em novembro de 2002, pela Lei nº 12.282.
Mas a pressão nos bastidores é intensa.
A defasagem salarial atinge, principalmente, os cargos que estão diretamente vinculados ao de Eduardo, como o do vice-governador, João Lyra (PDT), que recebe R$ 8,9 mil, e os dos secretários de Estado, que ganham R$ 7 mil – valores brutos, colocados sem os descontos, por exemplo, do imposto de renda e da previdência.
O prefeito do Recife, João da Costa (PT), que está licenciado em função de um tratamento de saúde, recebe um subsídio maior do que o do governador.
O petista ganha R$ 14,6 mil, também sem descontos.
Até os secretários municipais do Recife têm um provento superior: recebem, líquido, um pouco mais de R$ 10 mil.
Por enquanto, nenhum projeto que trata do assunto foi, oficialmente, protocolado na Assembleia Legislativa.
Qualquer mudança tem que passar pela aprovação dos deputados estaduais, que também ganham mais do que o governador: R$ 12,3 mil.
A iniciativa tem que partir da mesa diretora ou da Comissão de Finanças da Casa.
As especulações em torno desse futuro reajuste se intensificam porque, sem uma elevação na remuneração dos secretários estaduais, dificilmente Eduardo Campos conseguirá atrair quadros qualificados da iniciativa privada para o seu segundo mandato, como tem a intensão de fazer.
Um técnico de nível “A” tem uma remuneração bem superior aos R$ 7 mil pagos para os integrantes do primeiro escalão.
Por isso, a maioria dos secretários prefere continuar com as remunerações de seus órgãos de origem, que são melhores.
Até um juiz de direito em início de carreira recebe mais do que Eduardo: R$ 17,5 mil.
O desembargador do Tribunal de Justiça de Pernambuco percebe R$ 24,1 mil, o mesmo valor que é pago ao conselheiro do Tribunal de Contas do Estado.