Por Azelma Rodrigues, no Valor O país deve caminhar para uma meta de inflação menor do que a atual de 4,5% ao ano, redução que é “perfeitamente factível” de ser iniciada já no governo Dilma Rousseff.

A opinião é do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, cotado para ser um dos principais auxiliares da presidente eleita. “O país precisa reduzir a meta de inflação como um objetivo estratégico do país”, compatível com indicadores econômicos de primeiro mundo, comentou o minsitro.

Ele destacou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva passará o governo a Dilma em 2011 “entregando” a economia brasileira como a sétima maior do mundo, junto com a Itália. “Na gestão da Dilma, devemos cair para o sexto lugar e, até 2020, chegar como quinta maior economia mundial.

Então, para isso, temos que ter parâmetros compatíveis com uma grande economia”, disse Bernardo.

Ele ligou ainda a redução da meta de inflação ao desejo expresso por Dilma de que o país chegue no médio prazo a uma taxa de juros reais de 2%, para se nivelar a patamares internacionais.

Sobre a variação acumulada do IPCA, de 5,2% em 12 meses e 4,38% no ano até outubro, Paulo Bernardo atribuiu isso ao aumento dos preços de algumas commodities, “por demanda mais forte de países como a China.” “É uma questão de ficar atento e o governo está atento”, disse, lembrando que, para isso, existe a política monetária. “Mas não sou eu que mexo com juros.” O ministro rechaçou ainda alguns comentários no mercado financeiro sobre a piora da inflação, afirmando que os agentes financeiros especulam em busca de lucro. “O Brasil tem cada vez mais credibilidade no mercado internacional e, cada vez mais também atrai investimentos”, disse o ministro do Planejamento.