Do Jornal do Commercio A Prefeitura de Caruaru, no Agreste, aderiu à onda de demissões que tem acontecido em várias cidades do Estado.

Pelo menos 370 pessoas foram demitidas nos últimos dias e muitos contratos de prestação de serviços suspensos.

De acordo com o prefeito José Queiroz (PDT), os ajustes atendem determinação do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e começaram em agosto, com a criação da Comissão de Qualidade de Gestão.

Só na secretaria de Comunicação foram demitidos quatro jornalistas e um fotógrafo.

Segundo José Queiroz, a Comissão de Qualidade de Gestão definiu medidas de economia com combustível, água, energia elétrica e outros itens. “Em outubro, uma comunicação do Tribunal de Contas do Estado e a continuação da queda no repasse do FPM exigiram também medidas de contenção relacionadas ao pessoal”, argumentou.

Queiroz destacou, entretanto, que a prefeitura está nomeando 161 médicos recentemente concursados.

Ele também informou que no primeiro semestre do próximo ano serão nomeados professores que passaram em seleção. “E deveremos abrir concurso para outros setores da administração”, completou.

No dia 18 de agosto, o TCE publicou o resultado de uma auditoria que aponta a inobservância da lei que reserva os cargos comissionados para funções de chefia e direção e determina a exoneração de 470 servidores em cargos comissionados que foram implantados irregularmente.

De acordo com o órgão, funções como a de eletricista, merendeira, motoristas e eletricistas devem fazer parte do quadro efetivo da prefeitura, através da realização de concurso.

O prazo para a prefeitura se adequar às exigências é de 180 dias, contados a partir da data de publicação.

A prefeitura não informou oficialmente quantas pessoas foram demitidas e nem se haverá mais cortes no quadro de pessoal. “Oficialmente, nem a prefeitura sabe quantos foram demitidos.

Pelo que sei são cerca de 300 até agora.

Além disso, 570 já saíram a dois ou três meses”, diz Eduardo Mendonça, presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Caruaru (Sismuc).

Segundo ele, do ponto de vista jurídico fica difícil para os demitidos recorrer.

Eduardo Mendonça aconselhou, entretanto, que os servidores comissionados que estão na prefeitura há 15 ou 20 anos e se sentirem prejudicados procurem o sindicato.

Ele acrescentou que vai pedir, oficialmente, a relação dos demitidos e o período em que eles foram contratados.

Em meio à crise, o prefeito substituiu esta semana seu secretário de Administração e Gestão de Pessoas.

Antônio Adenildo substituiu Bernardo Barbosa Filho na função.