Do blog de Josias de Souza Depois de tomar chá de sumiço durante o final de semana, o ministro Fernando Haddad (Educação) reapareceu.

Esforçou-se para explicar o inexplicável.

Tinha diante de si a impossível missão de justiticar o inacreditável.

Minimizou a encrenca que levou a Justiça Federal do Ceará a suspender o Enem.

Reconheceu as provas continham falhas.

Porém…

Porém, disse que o MEC recebeu uma quantidade diminuta de relatos de transtornos.

O sossego do ministro chega antes da aferição do desastre.

O próprio Haddad disse que o Inep, instutito do MEC responsável pela prova do Enem, ainda não estimou o número de alunos prejudicados.

Otimista a mais não poder, o ministro disse que, computados os desafortunados, o MEC zelará para que nenhum estudante saia prejudicado: “A vantagem do Enem é que ele poderá fazer a prova depois, sem prejuízo”.

Segundo ele, “100% dos estudantes serão contemplados”.

Para a juíza Carla de Almeida Miranda Maia, que determinou a suspensão do Enem, a aplicação de novas provas não resolve o problema, agrava-o.

Quebra-se a isonomia da disputa entre os estudantes na briga por boas notas.

Haddad dá de ombros.

Diz que o MEC encaminhará esclarecimentos à juíza do Ceará.

Se não forem aceitos, o ministério recorrerá contra a decisão.

Não passa pela cabeça de Haddad a hipótese de refazer todo o exame.

Para ele, o Enem-2010 é “absolutamente sustentável”.

De susto em susto, a sustentabilidade de que fala o ministro dá à equipe que (des)cuida do Enem uma aparência insuportavelmente insustentável.