Do Jornal do Commercio Os eventos internacionais que o País vai abrigar nesta década – a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas dois anos depois – vão movimentar as fronteiras brasileiras e aumentar a necessidade de segurança interna.
A possibilidade de atentados terroristas passa a fazer parte do rol de preocupações do País.
Na Polícia Federal, o assunto vai repercutir em mais vagas para policiais especialistas nesse tipo de trabalho, o que significa mais concursos nos próximos anos.
Já está no Ministério do Planejamento o pedido da PF para criação de 500 novos quadros que serão chamados ao trabalho no ano que vem.
O processo para chegar até o concurso, no entanto, demora um pouco.
Isso porque o pedido da instituição, depois de passar pela análise do Ministério do Planejamento, órgão responsável pelas autorizações de novos concursos, é transformado em projeto de lei (ou medida provisória, dependendo da urgência) e vai para o Congresso, para análise, e depois volta para o governo. “Então, o novo concurso vai ficar para o ano que vem.
Havia a intenção de lançar uma nova concorrência ainda este ano, mas não foi possível por causa das eleições”, comentou o presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais, Marcos Wink.
Wink, que representa o interesse dos agentes de polícia, tem críticas em relação ao pedido enviado pela PF ao ministério.
A solicitação prevê a criação de 150 novas vagas para delegados e outras 350 que serão distribuídas entre agentes, papiloscopistas e escrivães. “Há uma insatisfação do nosso pessoal porque estamos precisando de mais agentes e escrivães.
A proposta abre vagas para delegado, mas não precisamos de mais.
Nosso efetivo hoje é um pouco maior que a Polícia Civil do Distrito Federal.
Nós temos de cuidar de fronteiras, aeroportos, drogas…”, salientou.
Segundo Wink, a PF tem hoje quase 3.000 delegados. “É muito mais do que precisamos.
O ideal era reverter esse número para mais agentes e escrivães”, diz.
Atualmente a Polícia Federal tem 2.700 delegados, 1.000 peritos, cerca de 3.000 agentes e 2.500 escrivães. “A PF está se omitindo de fazer policiamento de fronteira, por onde passam as drogas, armas e contrabandos.
Em muitos locais, como em Foz do Iguaçu, está terceirizando o serviço, colocando trabalhadores comuns para fazer o nosso trabalho”, acusa.
Na visão dos agentes, a instituição precisaria ter o dobro de homens até 2015. “Fiz academia em 1978, quando o nosso efetivo era de 5 mil policiais.
Naquela época falava-se que deveríamos ter 25 mil homens nesta década atual para cumprir o que determina a Constituição Federal, como cuidar das fronteiras.”