Do site do Estadão Os Brics e a Europa se unem para exigir que a declaração final da cúpula do G-20 nesta semana inclua um chamado político para que países abandonem a adoção de medidas que acabem colocando em risco as demais economias.
O chamado que será proposto será um recado direto ao governo dos Estados Unidos, depois que o Fed anunciou a injeção de US$ 600 bilhões em sua economia.
A medida gerou críticas de emergentes e europeus.
Neste fim de semana, porém, o presidente do Fed, Ben Bernanke, defendeu a decisão de injetar liquidez no mercado.
A partir de hoje, na Coreia do Sul, começa a fase final da negociação do texto da declaração final da cúpula.
Ontem, ativistas coreanos tomaram as ruas e a polícia de Seul foi obrigada a usar força e até gás de pimenta para dispersar os manifestantes.
Fontes próximas à negociação confirmaram que o apelo para um reforço da mensagem contra atitudes como a dos Estados Unidos será um dos principais pontos de atuação das diplomacias da Europa, China, Rússia, Índia e Brasil.
A ofensiva tem como meta a de tentar obrigar governos a coordenar suas políticas, além de forçar muitos a desenvolver estratégias de recuperação que considerem a situação dos demais países.
Negociadores mais irônicos chegam a afirmar que finalmente os Brics e a Europa começaram a se entender dentro do G-20, ainda que seja para atacar de forma unânime os Estados Unidos. “Isso está parecendo mais um G-19 contra 1 que o G-20 harmonioso e confiante que víamos há dois anos”, disse uma fonte próxima à negociação.
Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), uma ação coordenada do G-20 para salvar a economia mundial poderia gerar 52 milhões de empregos no médio prazo.
Mas a constatação é de que a lua de mel no G-20 é coisa do passado.