Da Folha de São Paulo Mortes ou desaparecimentos forçados de pelo menos seis pessoas, além de tortura contra outras 19 pessoas detidas pela Oban (Operação Bandeirantes) são as acusações que levaram o MPF (Ministério Público Federal) a entrar com ação civil pública contra quatro militares reformados (três das Forças Armadas e um da Polícia Militar de São Paulo).

Os réus são os militares reformados das Forças Armadas Homero Cesar Machado, Innocencio Fabricio de Mattos Beltrão e Maurício Lopes Lima e o capitão reformado da PM de São Paulo, João Thomaz.

A ação narra 15 episódios de violência estatal que vitimaram fatalmente pelo menos seis militantes políticos, entre eles Virgílio Gomes da Silva, o Jonas, apontado como líder do sequestro do embaixador americano Charles Burke Elbrick.

O MPF se baseou em depoimentos dados a tribunais militares por várias vítimas da Oban e informações mantidas em arquivos públicos.

São citados os casos de Frei Tito, que se suicidaria quatro anos depois por sequelas da tortura, e da presidente eleita Dilma Rousseff, presa e torturada em 1970.

Dentre os episódios narrados, se destaca a violência sofrida pela família de Virgílio Gomes da Silva.

Sua esposa Ilda, seu irmão Francisco e três dos quatro filhos do casal foram presos pela Oban.

Ilda não só foi torturada como obrigada a assistir a aplicação de choques elétricos em sua filha Isabel, então com quatro meses de idade.

O episódio foi narrado pela “Veja” de 21/2/79 e por Frei Betto no livro “Diário de Fernando - Nos Cárceres da Ditadura Militar Brasileira”.