É uma pena que o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, esteja no meio dos defensores da volta da CPMF, sob o nome que for e sob a finalidade qualquer que se queira buscar, para dourar a pílula.

Não é verdade que a governabilidade brasileira dependa da CPMF ou de sua volta.

Antes, o governo dizia que se ela acabasse, seria o caos.

Não foi.

Porque era ensolação.

O dinheiro sequer era usado na área de saúde.

Enquanto a máquina pública só aumenta seu gigantismo, e a corrupção de recursos públicos virou prática comum, a ponto de o presidente Lula ter dito que caixa dois é algo normal, falar em novos aumento de impostos é uma indignidade sem tamanho.

Pessoalmente, acredito que a jogada em favor da CPMF, uma balão de ensaio para medir as reações, faz parte de uma espécie de terceiro turno das eleições de 2010.

A verdade é que Lula nunca engoliu a derrota do imposto no Senado, uma vitória da sociedade.

Agora, em um novo governo, em um cenário de mais boa vontade na casa, com a eleição de um monte de aliados, o caminho estaria aberto para essa aventura arrivista.

A prorrogação da CPMF foi derrotada no Senado, em 2007.

O que Dona Dilma planeja, escondendo-se no biombo criado pelos governadores aliados é tentar jogar novamente no colo da sociedade a responsabilidade pela saúde.

Não é justo.

A proposta de retomada da CPMF deve ser repudiada por todos homens de boa fé deste país, especialmente aqueles que vivem no setor produtivo.

Chega de onerar quem produz.

Para onde foi a dinheirama gerada com o aumento da carga de impostos criada para compensar a perda da CPMF, na época?

O governo que se vire para arrumar esses supostos R$ 51 bilhões de um suposto subfinanciamento da saúde no Brasil.

Foi eleito para isto.

Faça economia com os juros pagos ao grande capital e não esfole mais ainda quem já sofre com uma das cargas tributárias mais altas do mundo.

Na campanha, tudo era lindo e maravilhoso.

Uma semana depois, vem essa tentativa de golpe no bolso do cidadão e das empresas. É até fácil de entender que Dilma não queira ser autora de um projeto impopular que aumente impostos logo no início de ser governo - e já disse que não irá propor nenhuma ação neste sentido.

O partido socialista tem se gabado de ter ganho musculatura nas últimas eleições, cabendo agora pleitear uma fatia maior de poder no governo de Dilma Rousseff.

Hoje, a legenda controla apenas um ministério, o da Ciência e Tecnologia.

Seria este o preço que toda a sociedade teria a pagar para ter mais aliados de Eduardo no Palácio do Planalto.

Tem uma coisa ainda a ser dita e levada em conta nesta discussão sobre o fantasma da CPMF que se busca ressuscitar.

O dinheiro que deixou de ser sugado pelo governo Federal dos bolsos dos brasileiros, sem ser usado de forma eficiente, não evaporou, desapareceu.

Os recursos continuaram existindo, irrigando a economia, gerando empregos e mais impostos de forma indireta.

Ou as pessoas deixaram o que pagavam de CPMF no banco?

O que mudou foi quem expedi a fatura, agora o consumidor.

Daí o ódio eterno de Lula pela perda da massa colossal de recursos.

O próprio governador Eduardo Campos construiu três novos hospitais e uma série de clínicas, sem aumentar impostos, lembra o intrérpido repórter deste Blog, Daniel Guedes.